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E quando a infidelidade acontece?

Imagem de Melk Hagelslag por Pixabay

Uma canção antiga pergunta a um tal de Sr. James: “Te envio esta carta pra saber, seus conselhos… e por que as pessoas brincam e nos chutam como se fôssemos pequenas pedras, eles esquecem que temos um coração…”

Tradução livre de My Dear, Manchester.

As pessoas realmente esquecem os sentimentos de outros…

Como discutimos anteriormente em um artigo, tem sido comum às pessoas viverem “relacionamentos abertos” (em que o casal está livre para se relacionar com quem quiser), e a matéria a seguir não é para estes.

É para aqueles que investem tempo e energia em um relacionamento e são vítimas de traição.

O entusiasmo inicial

O início de um relacionamento é marcado pelo entusiasmo e pela ideia de dar início a algo novo, de construir juntos — cria um vínculo que se fortalece à medida que as coisas acontecem.

A construção de um lar, o ocupar dos espaços e a elaboração de planos para o futuro podem transmitir ao jovem casal a confiança de que lutar vale a pena. Essa confiança faz com que ambos vejam sentido no dia a dia.

Há muito tempo, uma jovem senhora de origem humilde me disse as seguintes palavras: “Realmente, às vezes é bom encontrar tudo pronto… Mas, nada se compara a construir juntos! E algumas pessoas jamais entenderão o que é isso!”

O construir juntos traz aquela sensação de que tudo valeu a pena!

E acontecem os reveses…

Mas, mesmo relacionamentos aparentemente sólidos sofrem reveses.

Veja, por exemplo, na linda e triste canção Sonhos, do ano de 1977, composição de Peninha. Observe os versos que expressam bem a sensação de uma vítima de traição:

“Quando uma canção se fez mais forte E mais sentida Quando a melodia fez folia em minha vida Você veio me contar Dessa paixão inesperada por outra pessoa…”

A péssima surpresa e a perplexidade do eu lírico. A sensação de ter os sentimentos traídos pode ser extremamente dolorosa.

O fim da confiança, o golpe na autoestima e a desilusão… são, às vezes, mortais.

A traição tem sido normalizada

Vivemos numa sociedade misógina, e não é incomum ouvir alguns homens falarem: “Eu sou homem, eu posso trair… Quem não pode é ela, que é mulher!” Alguns que pensam dessa maneira, quando recebem de volta o troco na mesma moeda, recorrem à violência e, muitas vezes, ao crime “pela honra”.

Do ponto de vista emburrecido pela tradição, os sentimentos do outro não têm nenhuma importância!

Mas o ponto a ser estudado é: por que as pessoas traem?

Por que as pessoas traem?

É verdade que a falta de um diálogo franco tem sido usada como pretexto para traição. A falta de diálogo apenas mostra a distância que o casal precisa percorrer para que as coisas se ajustem — não um atalho para ser infiel.

As pessoas traem, em primeiro lugar, por serem egoístas! Isso mesmo, egoístas!

O traidor sabe os danos emocionais que causa, mas os seus desejos egoístas estão à frente disso.

Não importa se a vítima de traição sofrerá com a perplexidade de não entender o porquê das coisas — às vezes até desenvolvendo sentimentos de culpa e impotência, ou mesmo se esta culpará a si mesma buscando uma possível razão que justifique a culpa do outro.

O traidor, em algumas situações, demonstrará uma preocupação aparentemente genuína, mas, por ser, na maioria das vezes, um narcisista, esta preocupação tem um propósito que não é o bem da vítima.

Não são altruístas!

Como se fôssemos pequenas pedras…

A ênfase que se dá atualmente à satisfação dos instintos pessoais atingiu um nível quase animalesco! As pessoas foram, de certo modo, reduzidas a meros objetos! Materiais a serem usados e dispensados — quase recicláveis! (risos)

O narcisista

Os narcisistas encaram outros como escravos de suas vontades. Não há amanhã, os desejos são urgentes!

O traidor, por ser egoísta e muitas vezes narcisista, jogará o seu jogo, com arte, até estar pronto para uma nova partida. Por um tempo, jogará o jogo da manipulação. Reconquistar a confiança, fingir se importar — e como “mentiras sinceras me interessam” pensa a pessoa fragilizada, o maior abandonado, é quase certo que ele conseguirá seus objetivos.

E quanto à vítima? O que fazer?

O primeiro passo é lembrar que cada pessoa tem seu valor, e se alguém não valoriza você, está mostrando seu próprio preço. Não tenha medo de reconhecer seu valor.

A falha não é do traído. Perdoar é pessoal, mas desistir de um relacionamento abusivo pode ser necessário, por mais doloroso que seja.

Não tenha medo! A falha de caráter não é do traído!

Não tema recomeçar.

A experiência ensina lições valiosas, entre elas a percepção de traços desejáveis em futuros relacionamentos. Um bom relacionamento é construído por duas pessoas dispostas a se adaptar e serem francas uma com a outra.

Apesar dos percalços… amar ainda vale a pena.

Gilson Cruz

Leia mais em: Amar novamente (acreditar sempre) – Jeito de ver

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