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A música atual está tão pior assim?

O importante papel das Estações de rádio na divulgação da música.

Imagem de Elad por Pixabay

Gilson Cruz

Músicas Inesquecíveis

Você lembra das frases seguintes nesses clássicos nacionais ?

Meu coração, não sei por quê, bate feliz...”  – Carinhoso, Braguinha (Letra) e Pixinguinha (Melodia)

Eu pensei que todo mundo fosse filho de…”  – Boas Festas, Assis Valente

“Agora eu era o herói e o meu cavalo…”  –  Chico Buarque( letra)  Sivuca (Melodia)

Veja… e não diga que a canção está perdida. Tenha…”  –  Tente Outra Vez, Raul Seixas/Paulo Coelho/Marcelo Motta

O que elas têm em comum? Todas foram compostas antes da década de 1980.

“Carinhoso” teve sua primeira gravação instrumental em 1928 e a versão cantada foi gravada pela primeira vez em 1937 por Orlando Silva. –  Carinhoso – Pixinguinha

Boas Festas, de Assis Valente, retrata a injustiça social do ponto de vista de uma inocente criança e foi composta em 1932. –  Posts | Discografia Brasileira

A melodia de “João e Maria“, criada por Sivuca na década de 1940, ganhou letra de Chico Buarque em 1976, narrando uma história de amor juvenil que não teve final feliz. –  João e Maria (canção) – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

A mensagem otimista de “Tente Outra Vez”, composta por Raul Seixas, Paulo Coelho e Marcelo Motta, surgiu em 1975.

Essas músicas marcaram época, mas hoje vemos um cenário diferente na música popular brasileira.

Atualmente, muitas canções abordam temas superficiais, separações e amores desfeitos com vozes padronizadas ( e às vezes, vozes bem desagradáveis), dificultando a diferenciação entre os artistas.

A falta de inovação, de qualidade e o jabá

Opiniões variadas refletem a preocupação com a qualidade atual da música brasileira. Victor, da dupla Victor e Léo, criticou a pornografia e a sensualidade excessiva nas letras das músicas sertanejas atuais, considerando-as impróprias para crianças.

Estilos como funk, axé e pagode também enfrentam um período desafiador, carecendo de inovação e qualidade. Muitas músicas atuais não refletem uma visão crítica da sociedade, desvalorizando a mulher, incentivando a violência e comercializando atitudes e comportamentos.

Onde estão os novos poetas, escritores, compositores e críticos que movimentavam e motivavam uma geração inteira?

Por décadas, as gravadoras usavam o “jabá” – pagamento para que certas músicas tocassem nas rádios – para promover determinados artistas. Essa prática, deplorável, ainda existe, mas em formas ainda mais obscuras.

Hoje, existe um “jabá 2.0”, onde artistas sertanejos boicotam cantores de outros estilos, como revelou uma ex-empresária da Anitta, expondo o poder do dinheiro do agro na indústria musical. – Ex-empresária de Anitta viraliza ao expor poder do sertanejo e influência do agro na música | Diversão | O Dia (ig.com.br)

Essa influência do agronegócio também se reflete nos empresários de muitos cantores sertanejos universitários, criando uma aliança lucrativa. – Agro, sertanejo e direita: uma aliança antiga e lucrativa (intercept.com.br).

A música de qualidade fica em segundo plano diante dessa manipulação, deixando de ser executada nas principais estações, que perdem sua essência e são substituídas cada vez mais por plataformas de streaming.

Apesar da corrente e da falta de divulgação massiva, boas músicas e excelentes músicos existem e resistem!

Novos e antigos cantores ainda compõem belas músicas, dê uma chance a si mesmo de usufruí-las, estão disponíveis nas mais variadas plataformas.

Leia mais em A música como produto e arte – uma história! ‣ Jeito de ver

 

 

 

A Evolução da Indústria Fonográfica

A evolução da indústria fonográfica e o consumo de música.

Imagem de Bruno por Pixabay

O Walkman completou 40 anos neste dia 1º de julho. Primeiro reprodutor portátil da história, o aparelho da Sony marcou diferentes gerações, totalizando mais de 385 milhões de unidades vendidas. Além disso, ajudou a criar a cultura de ouvir músicas em qualquer lugar, hoje algo super comum com os smartphones.

O dispositivo nasceu a partir da necessidade de executivos japoneses de ouvir ópera durante os longos voos internacionais. Com o passar do tempo, seu impacto na cultura popular foi tão importante que o nome Walkman resistiu em outros produtos, mesmo após o fim do cassete. Confira a seguir dez fatos sobre o aparelho para comemorar os 40 anos do som portátil”.
– Extraído do site Techtudo.

by Wikimedia

 

Interessante, não é verdade?
Os meios de consumo de música evoluem a cada dia, então, que tal falarmos um pouco sobre a evolução da indústria fonográfica?
Vamos lá…
A Revolução Fonográfica

Ao longo dos anos, a indústria fonográfica passou por transformações drásticas. Desde os tempos dos discos de vinil até os atuais serviços de streaming, a maneira como consumimos música mudou radicalmente. A evolução não envolve apenas tecnologia, mas também a forma como a música é produzida, distribuída e consumida pelos ouvintes.

Do Vinil ao Digital

No início, os discos de vinil eram a principal forma de reprodução musical. Esses grandes e frágeis discos prestaram enormes serviços à cultura musical, mas trouxeram limitações, como a durabilidade e a qualidade do som. A chegada das fitas cassete nos anos 70 e dos CDs nos anos 80 trouxe praticidade e melhor qualidade de áudio.

Porém, a verdadeira revolução aconteceu com a chegada da internet e do formato digital. MP3s e plataformas de compartilhamento de música mudaram completamente o jogo. Agora, não só a portabilidade aumentava, mas também o acesso e a diversificação musical às amplas massas.

O Impacto na Nossa Vida

Sem a evolução da indústria fonográfica, a forma como interagimos com a música seria completamente diferente. Podemos imaginar um mundo onde ainda dependêssemos exclusivamente de aparelhos físicos para ouvir música, limitando nossa capacidade de acesso e descoberta de novos artistas e gêneros.

Além disso, a globalização musical que presenciamos hoje seria muito mais lenta.

Artistas independentes, que hoje fazem sucesso graças à facilidade de distribuição digital, teriam muito mais dificuldade para serem ouvidos. Sem essa evolução, a variedade musical que nós experienciamos diariamente seria muito menos diversificada.

O Futuro da Música

Olhando para o futuro, podemos esperar ainda mais inovações na indústria fonográfica. Tecnologias emergentes como inteligência artificial e realidade virtual estão começando a fazer seu caminho na produção e na experiência musical, prometendo revolucionar ainda mais a forma como criamos e consumimos música.

Leia também Propaganda musical e Empobrecimento cultural ‣ Jeito de ver

Walkman faz 40 anos: veja curiosidades sobre aparelho ‘febre’ nos anos 90 (techtudo.com.br)

Propaganda musical e Empobrecimento cultural

A uniformidade na promoção dos estilos musicais populares tem contribuído para o empobrecimento cultural.

Imagem de Thomas Wolter por Pixabay

Lá estão eles: nas plataformas digitais, rádios e mesmo na televisão. Cantores diferentes (!?), cantando com as mesmas vozes, nos mesmos estilos, músicas que parecem serem as mesmas!

Você talvez não se pergunte o por quê da falta de variedade, talvez ache normal. Mas, trata-se de uma fórmula comercial e o valor investido na divulgação desta fórmula é absurdo.

-Mas, se está dando certo, por que não continuar investindo no mesmo?

Investir em algo que dá resultados, gerando lucros – esse é o objetivo comercial. Mas, como isso afeta a arte?

Como a Falta de Variação na Divulgação dos Estilos Musicais de Sucesso Tem Empobrecido a Cultura?

A Qualidade Artística Ofuscada pela Propaganda

Em meio a uma vasta gama de talentos e inovação no cenário musical, a qualidade artística frequentemente se encontra ofuscada por estratégias de marketing agressivas.

Existe uma riqueza inegável de artistas que desafiam os limites tradicionais da música, oferecendo novas perspectivas e experiências sonoras únicas. No entanto, a dominação de certos estilos musicais, amplamente promovidos por campanhas publicitárias intensivas, tem limitado a exposição a essa diversidade.

A indústria musical moderna favorece, de maneira desproporcional, estilos musicais que são considerados mais comerciais e facilmente digeríveis pelo grande público.

Este fenômeno resulta em uma proliferação de músicas que frequentemente seguem fórmulas previsíveis e repetitivas, deixando pouco espaço para a experimentação e a originalidade.

Em muitos casos, artistas que se destacam por sua autenticidade e inovação acabam por não receber a atenção que merecem devido a um sistema que prioriza o retorno financeiro imediato.

A propaganda massiva, apoiada por investimentos substanciais, cria um ciclo vicioso onde os estilos musicais promovidos se tornam os mais consumidos, e, consequentemente, recebem ainda mais visibilidade e recursos.

Este mecanismo perpetua a predominância de certos gêneros, enquanto outros, potencialmente mais ricos artisticamente, permanecem à margem.

Além disso, a repetição contínua de músicas semelhantes nas rádios, playlists e mídias sociais reforça a percepção de que esses estilos são os únicos dignos de atenção.

Este cenário não apenas empobrece a experiência cultural dos ouvintes, mas também desestimula a criação de obras mais ousadas e inovadoras por parte dos artistas, que se veem pressionados a conformar-se às demandas do mercado para alcançar sucesso comercial.

O Papel do Agronegócio na Indústria Musical

Nos últimos anos, o agronegócio tem desempenhado um papel significativo na promoção de determinados estilos musicais.Grandes empresas do setor têm investido pesadamente em artistas que, muitas vezes, são moldados para atender a um público amplo e passivo.

Esses investimentos resultam em músicas que frequentemente carecem de profundidade e autenticidade, sendo produzidas com o único propósito de entreter.

Esse fenômeno não se limita ao agronegócio; outros setores empresariais também adotam essa abordagem. No entanto, o impacto do agronegócio é particularmente notável devido ao seu poder econômico e alcance.

A relação entre essas empresas e a indústria musical cria uma dinâmica onde apenas certos estilos musicais recebem destaque, promovendo uma cultura musical homogênea e empobrecida.

As implicações culturais desse fenômeno são profundas.

A diversidade musical é essencial para o enriquecimento cultural e para a expressão de diferentes experiências e emoções humanas.

Quando o investimento é direcionado apenas para artistas e estilos que garantem retorno financeiro rápido e elevado, outros gêneros musicais, que poderiam contribuir significativamente para a cultura, acabam sendo negligenciados.

A promoção contínua de músicas focadas unicamente no entretenimento contribui para a criação de uma audiência passiva, que consome música sem reflexão ou busca por opções mais autênticas e variadas.

Imagem de sophiacorso por Pixabay

Além disso, a constante promoção de músicas voltadas apenas para o entretenimento contribui para a formação de uma audiência passiva, que consome música sem questionar ou buscar alternativas mais autênticas e diversificadas.

Isso reforça a ideia de que a música é apenas um produto de consumo, em vez de uma forma de arte capaz de provocar reflexão e mudança social.

Portanto, é crucial reconhecer o papel do agronegócio e de outros setores empresariais na configuração da indústria musical atual.

Plataformas Musicais e YouTube: Ferramentas ou Obstáculos?

As plataformas musicais digitais e o YouTube têm o potencial de ser veículos poderosos para a democratização e a diversidade musical.

No entanto, esses mesmos canais podem atuar como obstáculos, limitando a exposição dos usuários a uma gama diversificada de estilos musicais. A dualidade dessas plataformas está intrinsecamente ligada ao funcionamento dos algoritmos e à presença de conteúdo patrocinado.

Por um lado, serviços como Spotify, Apple Music e YouTube oferecem um acesso sem precedentes a uma vasta biblioteca de músicas de todo o mundo. Esses recursos poderiam, teoricamente, permitir que os ouvintes explorassem novos gêneros e artistas que de outra forma permaneceriam desconhecidos.

Eles também possibilitam que artistas independentes alcancem um público global, democratizando a produção e a divulgação musical.

Por outro lado, os algoritmos dessas plataformas são projetados para maximizar o tempo de engajamento do usuário, o que muitas vezes resulta na promoção de músicas que já são populares ou que têm maior probabilidade de gerar receita através de patrocínios.

Isso cria um ciclo vicioso onde os mesmos estilos musicais e artistas são continuamente promovidos, enquanto estilos inovadores e menos comerciais são marginalizados.

A existência de investimentos patrocinados também alimenta essa tendência, já que as músicas com maior apoio financeiro em marketing tendem a ser privilegiadas pelos algoritmos de recomendação. Esse fenômeno pode afetar profundamente o gosto musical das pessoas, direcionando suas escolhas para o que é mais promovido e disponível.

Em vez de explorar a diversidade musical, os ouvintes podem acabar consumindo um repertório limitado e homogêneo.

A falta de variação na divulgação dos estilos musicais de sucesso, portanto, empobrece a cultura musical ao restringir a exposição a novas e variadas formas de expressão artística.

Possíveis Soluções para Enriquecer a Cultura Musical

A homogeneização da música popular representa uma ameaça à riqueza cultural, mas existem diversas soluções viáveis para combater esse fenômeno e promover a diversidade musical.

Uma das abordagens mais efetivas envolve o apoio a políticas públicas que incentivem a pluralidade cultural.

Governos e instituições podem criar e financiar programas que valorizem diferentes gêneros musicais e deem visibilidade a artistas de diversas origens e estilos. Este tipo de iniciativa contribui significativamente para a criação de um ecossistema musical mais diversificado.

Outra solução promissora é o financiamento coletivo para artistas independentes.

Plataformas de crowdfunding possibilitam que músicos, que muitas vezes não têm acesso aos grandes meios de produção e divulgação, possam realizar seus projetos com o apoio direto do público.

Esse modelo não só democratiza o acesso à produção musical, mas também fortalece a relação entre artistas e seus ouvintes, incentivando a criação de obras mais autênticas e inovadoras.

A criação de plataformas alternativas que priorizem a qualidade e a inovação também desempenha um papel crucial na diversificação da cena musical.

Serviços de streaming e redes sociais especializadas podem oferecer espaço para artistas que fogem do mainstream, proporcionando ao público uma variedade maior de escolhas.

Essas plataformas podem utilizar algoritmos que recomendem músicas com base na originalidade e na profundidade das composições, ao invés de apenas promover o que já é popular.

Mas, como o consumidor pode desempenhar um papel fundamental nesse processo?

Primeiro a Educação.

A EDUCAÇÃO

Não é viável esperar que a sociedade em geral faça bom uso das plataformas musicais, uma vez que desde sempre são acostumados e disciplinados a viver numa cultura consumista, a música não é ensinada como arte, e sim como um produto.

Uma educação musical ajudaria na compreensão da música como um fator artístico e isso possibilitaria um melhor relacionamento com os estilos musicais.

Como resultado, os ouvintes buscariam ativamente novas músicas e apoiariam artistas que se destacam pela originalidade e profundidade em suas composições.

Essa educação despertaria a curiosidade e a disposição para explorar diferentes estilos musicais que são essenciais para a manutenção de uma cultura musical rica e diversificada.

Ao serem educados a adotar uma postura proativa, o público ajudaria a criar um mercado mais receptivo a diversas formas de expressão artística.

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Onde as flores não florescem

A importância da diversidade cultural

Imagem de Cristhian Adame por Pixabay

Pra não dizer que não falei de flores, deixe-me tentar:

O ambiente favorável e os cuidados de quem rega tem importância vital  à saúde delas: O crescimento é condicionado à espécie, mas mesmo flores não alcançarão a sua plenitude sem um bom terreno, uma boa irrigação, e principalmente bons cuidados.

Esteticamente um jardim multicor é muito mais belo e atraente do que um jardim monocromático.

Quando rosas vermelhas se encontram entre outras flores, das mais variadas cores, as percepções florescem gerando diferentes sensações.

O CAMPO DA CULTURA

O mesmo acontece quando nos referimos aos jardins da arte, da música.

O ambiente musical que prevalece nas mídias tem se assemelhando cada vez mais a um jardim monocromático.

As estações de rádio ou as playlists sugeridas parecem tentar convencer-nos de que o mundo musical se resume a estilos como o Agronejo, Sertanejo universitário, Funk e aos cantores em destaque na atualidade. – A música como produto e arte – uma história! ‣ Jeito de ver

Conforme abordado anteriormente neste site, empresários gastam milhões para divulgar seus cantores. O objetivo do investimento é acostumar o público à presença daquele artista.

Na época de ouro das gravadoras, a equipe de marketing selecionava no disco uma canção para trabalho e se empenhava na divulgação com o objetivo de impulsionar as vendas do álbuns. Isso envolvia muito dinheiro para estações de rádio e canais de Tv – o conhecido “jabá”, uma espécie de Suborno. –  – A qualidade da música piorou? ‣ Jeito de ver

Atualmente, empresários do agronegócio, “tomaram as rédeas” e investiram ainda mais pesado. Compraram fãs clubes, estações de rádio e ainda mais espaço na TV, que por outro lado apresenta cantores medianos como  super estrelas. Controlaram as tendências

Os Titãs já cantavam: “A Televisão me deixou burro …” – numa crítica bem humorada à falta de questionamento.

A música se tornou mero pano de fundo para atividades do dia a dia. Enquanto cuidam de suas atividades diárias as pessoas selecionam uma playlist do seu estilo preferido e no meio dessa playlist está inserida uma canção que não se excaixa exatamente naquilo que ela pretendia  ouvir (o jabá funiconando sutilmente!).

MÚSICA GRÁTIS?

Embora o país esteja repleto dos mais variados estilos e cantores, a população se vê exposta àquilo que o dinheiro pode pagar.

Alguns argumentam que se a pessoa está “ouvindo de graça”, ela não pode reclamar.

Mas, imagine você ninguém se ninguém escutasse a determinadas músicas, estações de rádio e seus comerciais.

O que fatalmente aconteceria? Obviamente, deixariam de existir.  – Porque NADA É DE GRAÇA, e ninguém está disposto a investir sem retorno.

Traduzindo: O preço pago é a atenção, o tempo.

Portanto, há uma troca:  cooperamos com as mídias por vender a nossa atenção e nosso tempo às suas propagandas.

A REVOLUÇÃO

Se mais pessoas escolherem estilos diferentes, aparecerão estilos e cantores diferentes.  Pois “o artista irá onde o povo está” como diz o poeta, ou seja, para manter o negócio vivo o público será atendido.

Repensar e agir são atitudes necessárias.

AS DIFICULDADES

Alcançar a fama envolve trabalho e muito investimento. Muitos talentos se perdem por falta de espaço nas mídias em geral.

Bons cantores não são amplamente divulgados.

Empresários inteligentes investem em propaganda e em personal stylists. As imagens dos artistas são tabalhadas de modo a agradar a um público cada vez menos exigente.

Leis como a Rouanet e Aldir Blanc podem ser bem úteis a esses artistas, mas há um problema, observe: Os empresários tem o valor investido na cultura deduzido no seu imposto de renda, mas são eles próprios que escolhem em que artistas investirão.

Isso explica por que centenas de duplas, patrocinadas pelos próprios empresários do agro, têm tantos eventos.

No final das contas, o valor da dedução fiscal se torna investimento para muito mais lucros dos próprios empresários.

Essa distorção precisa ser corrigida!

Algo mais pode ser feito. Leia atentamente o próximo subtítulo.

“WITH A LITTLE HELP FROM MY FRIENDS” – The Beatles

(Com uma ajudinha dos meus amigos – Tradução livre)

A música dos Beatles citada acima traz em sua melodia algumas frases interessantes, tais como:

“Me empreste suas orelhas

e eu cantarei uma canção para você

Tentarei não cantar fora do tom…

Oh! Eu me viro com uma ajudinha dos meus amigos…” 

Amigos, podem ajudar na divulgação de cantores ainda iniciantes.

Mas, você talvesz se pergunte: – ” Os amigos são obrigados a fazer isso?”

-Não, não são obrigados, mas um dos sentidos da palavra amigo se relaciona ao “apoio por amor”.  O latim amicus significa “aquele que ama” ou “aquele que é amado“.

Já existem serviços de vendas de seguidores profissionais para canais do Youtube, Instagram e mídias desse porte, que seguem a política do quanto maior o número de seguidores mais a relevante o artista e músicos em início de carreira podem ser tentados a investir neste serviço.

Já é possível comprar um número razoável de virtuais seguidores fiéis que darão likes, visualizarão posts e darão mais relevância nas plataformas digitais. Linguagem dos negócios!( BotFanClub – Termo novinho em folha!)

Para entender porque isso acontece observe os dois exemplos a seguir:

Primeiro, um jovem escritor de lindas poesias no Instagram, tem mais de 10 mil amigos nesta plataforma. – Destes, apenas 10 curtiam os seus posts.

O segundo exemplo, numa cidade do interior um jovem cantor tem aproximadamente 3 mil seguidores, dos quais apenas 5 ouviam suas músicas no Spotify.

O CAMPO PODE  MELHORAR – DEPENDERÁ DE TODOS!

A arte está cada vez mais monocromática, escritores novos continuam sendo pouco divulgados, em cidades pequenas cantores novatos com novas abordagens, são encarados como potenciais concorrentes aos mais experientes.

É notável conforme os dois exemplos citados não há divulgação espontânea.

É preciso admitir que o mercado da música sofreu mudanças.

Como mudar tal cenário?

Prefeituras municipais podem criar e divulgar festivais em diferentes estações, para que haja plena exposição dos mais variados estilos de arte: Semana da Poesia, Semana da Música, Semana de exposição de arte e assim por diante e por fim, O encontro das artes.

Mais festivais significam mais visitantes, maior movimento no comércio local, aumento da arrecadação de impostos e, consequentemente, mais oportunidades de emprego.

Por outro lado, quando não há este pensamento e a divulgação dos talentos municipais ficam nas mãos de iniciativas privadas, como de esforçados donos de bares e lanchonetes, que é louvável, mas tem alcance limitado.

Como explicamos na introdução desta matéria o ambiente favorável e os cuidados, possibilitarão o crescimento desta beleza chamada Cultura.

Com um  trabalho mais amplo nesta área, a cidade ganhará novavida e novas cores, essenciais ao crescimento da cidade.

Gilson Cruz

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