Nina ( Riso de Menina Rosa)

Imagem de ADD por Pixabay

Nina

Quando o sonho era verão

Veio com nome de Rosa

Rosa Menina…

O que trazes que tanto rima?

Seria o riso inocente

Pequeno pedaço de gente?

Ou são aventuras guardadas

Nessas doces gargalhadas?

Não sei, pequena Nina

Que sempre a veja pequenina

Brincando pela casa

Sorrindo feliz

Voando sem asas…

Mas, vejo e quero sempre feliz

E já nem se rima

Pois, não importam as métricas

Os caminhos, as palavras…

Apenas o amor

Quando falo de Nina…

Leia também: Carol – As flores ao redor ‣ Jeito de ver

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Minha Experiência no Kwai e no TikTok

Redes sociais. Vale a pena?

Minha Experiência no Kwai e no TikTok

Um experimento sobre conteúdo reflexivo nas redes sociais

Com a chegada da data de encerramento das atividades do nosso blog cultural Jeito de Ver -História e Cultura decidi uma nova experiência.

O nosso site prioriza a cultura e as reflexões.

Durante algumas semanas, decidi testar uma hipótese simples: conteúdo reflexivo tem espaço nas redes sociais?

Postei os mesmos textos — sobre paternidade, solidão, música, filosofia — no TikTok e no Kwai. O que descobri foi revelador, preocupante e, no fim, libertador.


O Experimento

Decidi postar vídeos com textos reflexivos em ambas as plataformas, nas mesmas condições, e comparar resultados.

Usei os seguintes textos;

  • “E então nasceu uma menina” (sobre paternidade inesperada)
  • “Solidão” (reflexão filosófica)
  • “O louco e a lua” (poesia)
  • “Rosa Negra” (divulgação de talento local)

A meta inicial era alcançar 1.000 visualizações em 30 dias.

E por fim, me desdobrando em mil partes entre trabalho secular, pesquisas e a mais nova experiência… encontrei a resposta.


Os Números

TikTok

  • Paternidade: 127 visualizações (3 dias)
  • Solidão: 119 visualizações (4 dias)
  • Padrão: Todos os vídeos travavam entre 119-127 views
  • Engajamento: Baixíssimo
  • Conclusão: O algoritmo simplesmente não distribui conteúdo reflexivo

Kwai

  • Paternidade: 1.032 visualizações (24 horas)
  • Solidão: 1.042 visualizações (24 horas)
  • Padrão: Consistentemente ~1.000 views nas primeiras 24h
  • Engajamento: 130 curtidas (19,2% de taxa)
  • Meta: Alcançada em 1 dia (esperava 30)

Proporção: Kwai performou aproximadamente 8x melhor que TikTok.

Você talvez diga: os números da segunda plataforma são bem superiores ao da primeira, não é verdade?

Mas, vamos aos fatos:


A Descoberta Incômoda: Bots

Ao analisar as notificações do Kwai, percebi padrões suspeitos:

Sinais de comportamento automatizado:

  • Nomes como “theusg10”, “mlqq184”, “Osas578”, “tavvsq”
  • Perfis com fotos genéricas ou vazias
  • Apenas curtidas/compartilhamentos (nunca comentários específicos)
  • Horários espaçados mecanicamente

Estimativa conservadora: 60-80% das visualizações no Kwai eram bots.

Realidade ajustada:

  • Kwai: ~1.000 views → 300-400 humanos reais
  • TikTok: ~120 views → 100-120 humanos reais

Mesmo descontando bots, o Kwai ainda alcançava 3-4x mais pessoas reais. Isso é um fato!


Os Comentários (Poucos, Mas Reveladores)

Entre centenas de curtidas robóticas, alguns comentários genuínos apareceram:

Sobre paternidade:

“me arrependi da minha rejeição mas é difícil” ( se não for real, é um bot bem sentimental! – risos)

Sobre solidão:

“Os outros dizem que eu sou forte, só eu sei que eu tenho que passar”( esse apesar de parecer real, parece um bot bem resiliente!)

Esses momentos — raros, vulneráveis, humanos ou bots bem sentimentais — provavam que o conteúdo tocava quem realmente assistia.

Mas eram gotas no oceano de interações falsas.

Gotas incertas em um oceano real.


O Ambiente Tóxico

Além dos bots, percebi algo mais perturbador:

Kwai e TikTok são dominados por:

  • Fake news massivas (impulsionadas por bots partidários)
  • Discurso de ódio normalizado
  • Insinuações pornográficas disfarçadas
  • Polarização extrema (impossível ter diálogo com nuance)
  • Analfabetismo funcional (incapacidade de interpretar contexto)

Vamos ao passo três do Experimento;


Caso concreto: A Mecânica da Manipulação

Este episódio recente ilustra perfeitamente como funciona esse ecossistema tóxico.

O contexto:

O presidente, ao abordar o tema do tráfico de drogas, tentou argumentar sobre a relação entre consumo e mercado ilegal.

A fala foi mal articulada — como tantas declarações presidenciais ao longo da história brasileira — e rapidamente virou munição política.

A extrema direita investiu pesadamente em bots para amplificar e distorcer a declaração, transformando um erro de comunicação em trending topic manipulado.

Minha tentativa de diálogo:

Comentei em um dos perfis que exploravam o tema: “Presidentes brasileiros costumam dar declarações infelizes. Lembram quando outro presidente, durante a pandemia, ao ser questionado sobre o número de mortos, respondeu que não podia fazer nada porque ‘não era coveiro’?”

Meu ponto era simples e apartidário: todos os presidentes, independente de espectro político, cometem gafes públicas. Não estava defendendo nem atacando — estava pedindo coerência crítica e contexto histórico.

A reação:

Grupo 1 (partidários de extrema-direita):
Interpretaram minha comparação como “defesa” do presidente atual. Ataques imediatos, sem leitura atenta.

Grupo 2 (analfabetos funcionais):
Não entenderam a analogia. “Por que você está falando de coveiro?” — Incapacidade de conectar dois momentos históricos semelhantes.

Grupo 3 (bots):
Amplificaram automaticamente qualquer comentário que gerasse indignação, independente do conteúdo.

Grupo 4 (pensadores — raríssimos):
Silêncio. Minorias racionais não fazem barulho em ambiente de guerra algorítmica.

O que isso revelou:

Ninguém quis entender. Todos queriam lacrar.

O mundo dos algoritmos não há espaço para:

  • Comparações históricas (exigem memória)
  • Pensamento crítico equilibrado (não serve à polarização)
  • Nuance (algoritmos premiam preto-e-branco)
  • Diálogo (só existem trincheiras)

A mecânica da manipulação ficou clara:

  1. Declaração polêmica (real ou distorcida)
  2. Investimento em bots (milhares de perfis falsos repetem narrativa)
  3. Algoritmo amplifica (indignação = engajamento = lucro)
  4. Consenso artificial (parece que “todo mundo pensa assim”)
  5. Impossibilidade de contexto (quem tenta é atacado por ambos os lados)

Percebi naquele momento: não estou dialogando com pessoas. Estou alimentando máquinas de raiva projetadas para impedir pensamento.


O nível intelectual médio é baixíssimo. E não é acidente — é projeto sistêmico alimentado por algoritmos que premiam indignação, não reflexão.


A pergunta verdadeira não era: “Meu conteúdo funciona?”

Era: “Vale a pena?”


As Conclusões

1. Conteúdo reflexivo TEM espaço (tecnicamente)

  • Kwai prova que algoritmo pode distribuir
  • Pessoas reais podem se emocionar e comentar
  • Taxa de engajamento genuíno é alta (quando acontece)

2. MAS o espaço é contaminado

  • Inflado por bots (números falsos)
  • Tóxico por design (fake news, ódio, pornografia)
  • Insustentável financeiramente (custo > retorno)
  • Destrutivo emocionalmente (ambiente caótico)

3. O problema não é o conteúdo — é a plataforma

  • TikTok sufoca reflexão (algoritmo ultra-competitivo)
  • Kwai infla artificialmente (bots + sistema de recompensas)
  • Ambas priorizam viralidade sobre qualidade
  • Ambas são mercenárias (não há lealdade, gratidão ou memória)

4. Há outro caminho

  • Livros (permanentes, tangíveis, dignos)
  • Leitores de livro ≠ usuários de TikTok
  • Qualidade > quantidade
  • Paz mental > números inflados

A Decisão

Decidi desinstalar e abandonar definitivamente os aplicativos da experiência.

Vou deixar os vídeos postados — como garrafas lançadas ao mar. Quem se perder naquele caos e tropeçar numa reflexão, talvez encontre algo que o ajude a crescer.

Apenas desinstalarei os aplicativos.

Não com raiva. Não com frustração.

Com clareza.

Com a certeza de que a experiência valeu a pena.


Conclusão

Há sempre algo a aprender. E…

Sobre redes sociais:

  • São ferramentas, não comunidades
  • Algoritmos premiam o pior da humanidade
  • Números são ilusões (bots, manipulação, efemeridade)
  • Não se planta orquídeas em pântano

Sobre conteúdo reflexivo:

  • Tem valor — mas precisa do público certo
  • Comentários profundos > curtidas automáticas
  • 10 leitores atentos > 10.000 scrollers compulsivos
  • Livros são o formato correto para profundidade

Sobre mim:

  • Não preciso de aprovação algorítmica
  • Posso encerrar ciclos com dignidade

O Futuro

Vou focar no que importa:

✍️ Segundo livro: Crônicas do Cotidiano: Para Continuar a Estrada
(Sobre as mudanças que precisamos aceitar para continuar vivendo com qualidade)

🌐 Encerramento do site: Com dignidade, preservando memória cultural local, mas removendo contos e reflexões pessoais (que serão exclusivas do livro)

📖 Legado: Obra permanente, não posts efêmeros


Mensagem Final

Se você está lendo isso, provavelmente se pergunta a mesma coisa que eu me perguntei:

“Meu trabalho tem valor nesse mundo digital caótico?”

Resposta: Sim. Mas talvez não onde você está procurando.

Não desista do conteúdo. Desista da plataforma errada.

Não brigue com algoritmos. Construa algo permanente.

Não se contamine com toxicidade. Preserve sua paz.

A estrada é longa. Para continuar nela, às vezes precisamos mudar de caminho.


Gilson Cruz
Autor de “Crônicas do Cotidiano”
Iaçu, Bahia
2025


Nota técnica

Dados do experimento completo:

Métrica TikTok Kwai Proporção
Views médias 120 1.000+ 8,3x
Humanos reais (estimado) 100-120 300-400 3-4x
Bots (estimado) 10-20% 60-80%
Comentários genuínos 0-1 2-3
Taxa engajamento real <5% 10-15%
Custo emocional Médio Alto
Sustentabilidade Não Não

Conclusão científica: Conteúdo reflexivo alcança mais pessoas no Kwai, mas ambiente tóxico e inflação por bots tornam ambas plataformas inadequadas para trabalho sério de longo prazo.

Leia também: Discurso de Ódio nas Redes Sociais ‣ Jeito de ver

Brasil processa TikTok, Kwai e Meta em R$ 3 bilhões por exposição de menores nas redes | Tecnologia | Época NEGÓCIOS

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O Fim da Internet: Um Mundo Sem Conexão

Internet - parte da vida

A internet é uma extensão da vida atual

O Fim da Internet: Um Mundo Sem Conexão

A internet já não é apenas parte da vida — é uma extensão dela. Uma necessidade quase vital.

A chamada geração Z talvez não consiga imaginar a vida quando as compras com cartões de crédito pareciam exercícios de fé.

Pois é: o cliente apresentava o cartão, e o vendedor, com cara de tédio, avaliava a cor para esboçar um riso — ou manter o ar de velório. Em seguida vinha o suplício: ligar para a administradora e aguardar a autorização.

Enquanto isso, o cliente suava frio até o momento da liberação da compra.

Antes disso, as pessoas faziam as “notas de crédito”, baseadas em acordos de confiança entre vendedores e clientes.

As pessoas buscavam as estações de rádio na esperança de ouvir os sucessos do momento — função hoje ocupada pelos streamings da vida.

A venda de discos, fitas e, posteriormente, CDs tornou-se uma prática comum. Os fãs desejavam guardar um registro particular daquelas músicas.


O Caso da “Hackeadora de Pá”

Vamos partir para a nossa tese, a partir de um evento real que ficou conhecido na Armênia como a “Hackeadora de Pá”.

No início de abril de 2011, toda a Armênia sofreu uma interrupção de horas em sua internet. A culpada foi uma mulher de 75 anos que estava procurando por cobre quando sua pá cortou uma linha de fibra óptica — o que deixou não apenas a Armênia, mas também partes da Geórgia sem internet.

O cabo transportava 90% do tráfego de internet da Armênia.

Foram 12 horas de prejuízo!

🔗 Fonte: NPR — “Little Old Lady with Shovel Disrupts Internet in 2 Nations”

Já imaginou se isso acontecesse em escala global?

Vamos imaginar juntos.


Impacto Econômico da Interrupção da Internet

A interrupção da internet teria um impacto devastador na economia global, considerando a dependência crescente de sistemas digitais para operações comerciais diárias.

Nos últimos anos, muitas empresas migraram suas operações para plataformas online, permitindo a realização de vendas, comunicações e serviços financeiros com uma eficiência sem precedentes.

Esse modelo baseado na internet não apenas facilitou a expansão de negócios, mas também possibilitou a criação de novos serviços e oportunidades de mercado.

O setor de comércio eletrônico seria um dos mais afetados, uma vez que já representa uma parte significativa das vendas globais.

Com a paralisação da internet, as empresas não conseguiriam processar transações, resultando em perdas incalculáveis e no colapso de muitas lojas virtuais.

Além disso, o turismo, que depende fortemente da internet para reservas e serviços de transporte, também enfrentaria grandes desafios.

Hotéis e companhias aéreas que utilizam plataformas online para gerenciar reservas e interagir com clientes veriam uma queda abrupta na demanda, levando a perdas financeiras significativas.


Setor Financeiro em Colapso

Os serviços financeiros são outro setor crítico que sofreria de maneira extrema.

A incapacidade de realizar transferências bancárias, pagamentos de contas ou operações em bolsa em tempo real paralisaria o funcionamento normal do sistema financeiro, criando incerteza e instabilidade no mercado.

A ausência de comunicação, especialmente em um mundo tão conectado, poderia resultar em crises econômicas e financeiras, afetando diretamente a confiança dos consumidores.

Ademais, o cenário de empregos também seria radicalmente alterado.

Milhares de demissões e fechamento de empresas seriam inevitáveis, uma vez que a falta de acesso à internet tornaria impossível manter a competitividade.

As indústrias que negligenciam a importância da digitalização certamente seriam as mais vulneráveis em um cenário de descontinuação da conectividade, resultando em um impacto econômico prejudicial que poderia levar anos para ser superado pelos mercados globais.


Consequências na Educação

A suspensão da internet teria repercussões significativas na educação em todos os níveis — do ensino infantil à educação superior.

Atualmente, um grande número de estudantes depende de plataformas online para acessar recursos educativos e participar de atividades de aprendizagem.

Essa dependência de ferramentas digitais é uma realidade do mundo contemporâneo, que facilitou o acesso à informação e diversificou as metodologias de ensino.

Sem essas tecnologias, seria necessário um retorno abrupto às aulas presenciais, o que apresentaria diversos desafios.

Um dos principais seria a escassez de recursos didáticos adequados. Muitas instituições de ensino não estão equipadas para funcionar sem o suporte tecnológico que a internet proporciona.

Além disso, o ensino presencial tradicional pode não ser suficiente para engajar todos os alunos, especialmente aqueles que se beneficiam de metodologias ativas e abordagens de aprendizagem colaborativa que dependem de interatividade.

A falta de materiais atualizados e dispositivos adequados para todos os alunos exigiria soluções emergenciais que, muitas vezes, não estariam à disposição.


Acessibilidade e Desigualdade

A acessibilidade também surgiria como uma questão crítica.

Estudantes que vivem em áreas remotas ou que enfrentam limitações financeiras poderiam ter dificuldade em acessar escolas que, mesmo presenciais, não possuem a infraestrutura necessária.

Isso afetaria a equidade no aprendizado, ampliando a disparidade educacional já existente.

Da mesma forma, o uso de tecnologias educacionais, que hoje integram de forma ampla a pedagogia moderna, seria gravemente afetado.

Essa relação simbiótica entre a internet e a educação implica que o fim da conectividade poderia levar a uma diminuição dramática na qualidade do ensino, tornando mais difícil para os educadores atenderem às necessidades diversificadas de suas turmas.


Os Efeitos nos Aplicativos e na Vida Cotidiana

Aplicativos Bancários

A interrupção da internet traria consequências significativas para diversos aplicativos que se tornaram fundamentais na vida cotidiana.

Em primeiro lugar, os aplicativos bancários, que permitem a realização de transações em tempo real, seriam severamente afetados.

A impossibilidade de realizar transferências online e pagamentos instantâneos geraria uma crise financeira, acarretando atrasos nas contas e comprometendo o funcionamento de pequenos negócios que dependem do comércio eletrônico.

Além disso, a falta de acesso aos extratos bancários tornaria difícil o controle financeiro pessoal, provocando uma sensação de insegurança econômica.


Entretenimento e Redes Sociais

Outro aspecto a ser considerado é o impacto no entretenimento, especialmente nas plataformas de streaming, como Netflix e Spotify.

Com o acesso à internet interrompido, o consumo de conteúdos audiovisuais e de música por meio dessas plataformas se tornaria inviável.

Isso poderia gerar um retrocesso nos hábitos de entretenimento, levando as pessoas a retornarem a práticas mais tradicionais, como a leitura de livros ou a comunicação presencial — que, embora possam ser valiosas, não oferecem a mesma conveniência e diversidade de opções que o streaming proporciona.

A busca por entretenimento alternativo, como jogos de tabuleiro ou atividades ao ar livre, provavelmente aumentaria.

As redes sociais, por sua vez, veriam um colapso nas interações online.

A ausência de plataformas como Instagram, Facebook e X (antigo Twitter) significaria a paralisação de tendências e virais, resultando em uma perda significativa de conexão entre influenciadores e seguidores.

Essa desconexão afetaria não só a dinâmica da comunicação, mas também as estratégias de marketing digital e o desenvolvimento de comunidades online.

As relações pessoais e profissionais dependeriam do retorno às interações presenciais, o que poderia gerar uma sensação de isolamento para aqueles que costumam interagir predominantemente online.

Assim, a vida cotidiana enfrentaria um desafio sem precedentes, exigindo uma adaptação a um novo estilo de vida sem a presença constante da internet.


Caos e Reinício: O Que Aconteceria a Seguir?

A interrupção da internet desencadearia um período de caos significativo na sociedade moderna, afetando todos os aspectos do cotidiano.

De repente, os cidadãos se veriam desprovidos de uma ferramenta essencial que fundamenta as comunicações, o comércio e o entretenimento.

A ausência da internet afetaria a economia global, pois muitas transações — desde compras online até transferências bancárias — dependem de redes digitais. A perda súbita de acesso geraria pânico, levando a um colapso nas práticas comerciais convencionais.

Enquanto muitos se perguntariam como funcionariam as interações sociais sem plataformas digitais, um reinício gradual seria inevitável.

A necessidade de adaptação exigiria que os indivíduos reimaginassem suas formas de comunicação — como voltar a utilizar cartas ou chamadas telefônicas convencionais.

Além disso, as empresas seriam forçadas a redescobrir métodos tradicionais de marketing e vendas, potencialmente revitalizando o comércio local.

Esse contexto exigiria uma reflexão crítica sobre a dependência excessiva da tecnologia e a busca de novos paradigmas digitais que priorizassem a resistência e a redundância das comunicações.

Uma área de preocupação especial seria a perda de criptoativos, como bitcoins, que dependem de tecnologia blockchain e conectividade de rede.

Portfólios digitais poderiam se tornar inacessíveis, levando a um colapso na confiança em mercados emergentes da economia digital.

Isso não apenas impactaria os investidores, mas também causaria repercussões mais amplas nas inovações tecnológicas que sustentam esses sistemas.

O abalo econômico global não só exigiria uma reavaliação das estruturas financeiras existentes, como também poderia criar espaço para um novo modelo econômico que leve em consideração a fragilidade da infraestrutura digital e a necessidade de estabilidade.


E então… uma nova readaptação — ou talvez apenas o recomeço de tudo.

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Leia também: Discurso de Ódio nas Redes Sociais ‣ Jeito de ver

Little Old Lady With Shovel Disrupts Internet In 2 Nations : NPR

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Carol – As flores ao redor

Imagem de myeongae lim por Pixabay

Há perguntas que só o amor sabe responder. Escrevi este poema para minha sobrinha Carol, tentando mostrar que o amor e a ternura que tanto buscamos no mundo, muitas vezes, já habitam dentro de nós. É um convite à delicadeza, à coragem de sonhar e à confiança no próprio caminho — mesmo quando ele parece longo.

Porque, no fim, o amor mais bonito não se encontra: ele acontece, suavemente, no nosso jeito de ser.

POEMA PARA CAROL

Se você me perguntasse

Onde se esconde o amor mais lindo

E a ternura mais bela do mundo

Eu responderia…

Não está tão distante

quanto o vento frio faz parecer

Nem tão perto

que não se exija um porção de esforço…

Mas principalmente,

te mostraria um caminho…

E esse caminho pode ser longo…

As pequenas pedras podem machucar os pezinhos

e desviar os seus olhos da beleza

das flores ao redor

E na caminhada,

O mundo perde o sentido,

As coisas podem perder o sentido.

Andar na estrada

Parece difícil para quem merece voar…

Mas, os pensamentos voam

Não é verdade?

Por isso, não tenha medo do ar, do mar, da altura…

Pois os sonhos alcançam

Os pensamentos possíveis.

Onde amores perfeitos

Desejam nascer

E a ternura mais bela do mundo

Acontece num riso.

Mas, se ainda insistir em perguntar

Te responderia, calmamente

Carol…

O amor mais lindo

E a ternura mais bela

Estão juntos no seu jeitinho de ser.

Não procure tanto…

Deixe acontecer.

Apenas pra rir…

Leia também: Os sonhos de Lay ( Novas histórias a contar) ‣ Jeito de ver

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A Favela Ainda Não Venceu. Ainda…

Cristo Redentor e as Favelas

O que é favela?

Quando falamos em “favela” imaginamos um aglomerado de moradias populares, geralmente em encostas, surgidas de ocupações espontâneas.

Segundo os dados do Censo de 2022 divulgados pelo IBGE, aproximadamente 16,4 milhões de pessoas vivem em favelas no Brasil, o que representa 8,1% da população do país.

Imagem de anja_schindler por Pixabay

Essas pessoas estão distribuídas em 12,3 mil favelas, localizadas em 656 municípios.

Para que possamos ter uma dimensão desta magnitude, se todas as favelas brasileiras formassem um estado, seria o terceiro mais populoso do país, ficando atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais.

O que são guetos?

Embora haja alguma semelhança, os “ghettos” (guetos) de outros países têm características diferentes das favelas brasileiras, pois, ao passo que as favelas brasileiras são assentamentos informais autoconstruídos, que surgem por ocupação de terrenos (muitas vezes em áreas de risco) e crescem sem planejamento oficial, os guetos internacionais são bairros formais degradados, ou seja, foram construídos legalmente, mas sofreram desinvestimento, abandono e segregação racial e econômica ao longo do tempo.

As semelhanças compartilhadas entre ambos estão na concentração de pobreza, marginalização social, falta de serviços adequados, estigmatização e segregação espacial das populações mais vulneráveis.

O termo “slum”, usado na África e na Ásia, que significa assentamento precário, é provavelmente a tradução internacional mais precisa para favela.

Podemos dizer que a palavra gueto está mais relacionada a um fenômeno urbano.

Qual a origem das favelas no Brasil?

A origem das favelas no Brasil tem raízes históricas profundas, ligadas a questões sociais, econômicas e raciais.

O primeiro registro de favela documentada surgiu no Rio de Janeiro, no Morro da Providência.

No final do século XIX, após a Guerra de Canudos ou Massacre de Canudos (1896-1897), muitos soldados do Exército retornaram ao Rio de Janeiro sem receber o pagamento prometido.

Sem ter onde morar, ocuparam o morro mais próximo à região central, no bairro da Providência, que passou a ser conhecido como “Morro da Favela”.

O nome vem de uma planta espinhosa, abundante no sertão nordestino, comum na região de Canudos, no interior da Bahia. Adotar este nome seria uma lembrança do sofrimento e da resistência vivida ali.

E as favelas cresceram…

Outro fator que contribuiu para o surgimento e crescimento de favelas foi, por incrível que pareça, a Abolição da Escravatura.

A libertação dos escravizados ocorreu sem nenhuma política de integração, moradia ou reparação.

Milhares de pessoas negras recém-libertas ficaram sem terra, emprego ou moradia, concentrando-se nas periferias urbanas.

A urbanização acelerada que se deu no final do século XIX e início do século XX mostrou que as cidades não estavam preparadas para absorver a população que migrava do campo.

Reformas urbanas excludentes, como a do prefeito Pereira Passos no Rio de Janeiro (1902-1906), demoliram cortiços e habitações populares no centro para “modernizar” a cidade, expulsando a população pobre para os morros.

Enfim, mais uma vez, um novo êxodo rural, desta vez a partir dos anos 1940-1950, quando pessoas fugiam da seca do Nordeste, buscando oportunidades nas grandes cidades, encontraram nas ocupações informais a única alternativa habitacional disponível.

Uma nota importante:

Uma característica política era a preocupação com os interesses dos ricos e a falta de empatia pelos mais pobres. (Por que será que às vezes penso que o termo “era” não é apropriado?)

A reforma no Rio de Janeiro ficou conhecida como “Bota-abaixo”, justamente pela maneira brutal e autoritária como foi conduzida.

Milhares de pessoas, todas pobres, em sua maioria negras, foram expulsas sem qualquer compensação financeira, forçadas a migrar para os morros.

As reformas priorizavam a estética e os interesses da elite, ignorando completamente os direitos e a dignidade da população pobre.

Depois de todo esse passeio histórico, que tal falarmos sobre o desenvolvimento cultural nas favelas?

O desenvolvimento cultural das favelas

Apesar de todo esse contexto sombrio, alguma coisa boa tinha de acontecer, não é verdade?

As favelas se tornaram verdadeiros caldeirões culturais no Brasil.

Na literatura, escritores como Carolina Maria de Jesus (com o Quarto de despejo) e, posteriormente, o movimento de literatura marginal/periférica deram voz às experiências das favelas.

Na arte-luta, embora a Capoeira seja bem anterior às favelas, foi nessas comunidades que ela encontrou espaço de preservação e prática, mantendo viva essa arte-luta afro-brasileira.

As favelas desenvolveram estética visual própria, transformando vielas e muros em galerias a céu aberto, por meio dos grafites.

O Hip Hop e o RAP (Rhythm and Poetry), embora de origem norte-americana, emergiram nas periferias paulistanas, narrando a realidade das favelas e quebrando o silêncio sobre violência policial, racismo e exclusão — um salve Racionais MC’s, entre outros.

A expressão maior das favelas: o Samba

O samba nasceu e se consolidou nas favelas e comunidades negras do Rio de Janeiro.

A casa da Tia Ciata, na Praça Onze (região que recebia a população removida), foi um dos berços do samba moderno no início do século XX.

Ali se reuniam descendentes de escravizados baianos, criando um espaço de resistência cultural onde o samba urbano se desenvolveu, misturando elementos africanos com influências brasileiras.

As escolas de samba surgiram também neste contexto comunitário das favelas e subúrbios cariocas — a primeira foi a Deixa Falar, em 1928, no bairro do Estácio.

Figuras históricas do samba como Donga, autor de Pelo Telefone, o primeiro samba gravado; Pixinguinha; Sinhô, apelidado de “O Rei do Samba”; Tia Ciata, a matriarca do samba; Heitor dos Prazeres; Ismael Silva, fundador da primeira escola de samba, a Deixa Falar, e compositor de Se você jurar; Geraldo Pereira e Cartola (Angenor de Oliveira), fundador da Mangueira e um dos maiores poetas do samba brasileiro — entre muitos outros, a lista é quase infinita.

A vida de cada um desses personagens inspiraria livros e livros, e trabalharemos posteriormente as biografias dessas pérolas brasileiras.

Cada um deles retratou a luta e a perseverança para lidar com as dificuldades impostas a um povo esquecido pela maioria dos governos brasileiros.

Com resignação e poesia, descreviam as mazelas e as alegrias de morar no morro.

A ausência do Estado e o crime

A ausência do Estado, ou a presença apenas através da repressão policial, criou um vazio que foi preenchido por organizações criminosas.

As favelas ofereciam vantagem tática — visibilidade e dificuldade de acesso para a polícia.

A vulnerabilidade social também se tornou um facilitador: a falta de perspectivas fez de jovens alvos fáceis para recrutamento.

Nas décadas de 1970-1980, com o crescimento do narcotráfico internacional e a chegada da cocaína no Brasil, facções criminosas passaram a se estabelecer nas favelas.

Por exemplo, o Comando Vermelho, nascido no sistema prisional nos anos 1970, foi pioneiro neste processo no Rio de Janeiro.

Posteriormente surgiram o Terceiro Comando e outras facções.

A ocupação pelo crime organizado é consequência do abandono histórico.

As facções ocuparam um espaço que o Estado se recusou a ocupar com educação, saúde, cultura, oportunidade e dignidade.

A violência não é a solução

A repressão policial jamais foi a solução. Crianças já não sabem mais quem são os “mocinhos ou os vilões” na história!

As consequências dessa situação são moradores reféns, entre a violência do tráfico e a violência policial.

Jovens negros e pobres são as principais vítimas — tanto como alvos da polícia quanto como mão de obra descartável na mão de criminosos.

O estigma de favela como local de criminalidade se perpetua, quando na realidade a imensa maioria dos moradores são trabalhadores honestos.

E o pior: políticos usam o suposto combate ao crime com violência como plataformas políticas, alimentando o ciclo de violência, quando deveriam investir mais em educação e em projetos de integração.

Cortam-se os galhos, mantêm-se as raízes!

Diante da falta de esperança, alguns buscam um lugar no céu — que é vendido descaradamente por pregadores gananciosos.

Apesar da beleza e da alegria que insiste em brilhar e motivar cada um dos muitos trabalhadores das favelas — ainda há muito o que se melhorar.

Ainda há a desigualdade, o sofrimento, o estigma e a influência do crime organizado — mesmo na arte!

A favela ainda não venceu!

Não como cantam alguns funkeiros, que narram o seu sucesso pessoal e migração para bairros nobres da cidade como sendo uma vitória coletiva.

A FAVELA AINDA NÃO VENCEU!

Ela continua a lutar…

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