O Sol estava ansioso com a chegada da noitinha
ele a viu uma vez, de relance.
Ela linda,
brilhante,
parecia sorrir, lá do outro lado.
Desde então, planejava todos os dias um modo de vê-la.
“Mas, Sol e Lua não convivem sob o mesmo teto” – você talvez pense.
Pensava o sol:
“Como passar um dia ao lado dela
sem mudar os ciclos?
sem ofuscar seu brilho?”
E por anos, séculos, milênios
enviava o calor do seu amor em raios que atravessavam a terra
e que refletiam graciosamente na face da lua,
que se animava por instantes
e contava seus sonhos às estrelas…
“Impossível” – diziam algumas
“Loucura!” – diziam outras
“Que sonho!” diziam outras algumas
E a cada dia,
estavam contentes de poderem se ver apenas por raros instantes.
Até que um dia, num ímpeto
apaixonado,
se encontraram
se olharam de perto
e juraram amor eterno
num abraço,
de olhos fechados
num eclipse.
E o impossível talvez exista, é verdade.
Mas vou te contar um segredo, não tão secreto assim…
de vez em quando os dois se encontram
em instantes de abraços
na imensidão de um mesmo céu.
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