E o parque chegava na cidade!
Os brinquedos não eram tão sofisticados assim, mas as crianças lá do interior faziam a festa.
As rodas gigantes não eram tão gigantes, eram razoavelmente pequenas, mas que graça teria se anunciassem:
“Ele está de volta, o seu parque de diversões favorito, com muitos brinquedos ( na verdade, se resumiam a apenas sete!) e a incrível, magnífica, espetacular RODA pequena?”
As crianças corriam feito loucas de brinquedo em brinquedo, os pais perdiam a cabeça – mas, era festa.
Crianças tontas no chapéu mexicano, adolescentes tentando impressionar adolescentes e perdendo dinheiro no tiro ao alvo e o sistema de som, com seu locutor, peculiar, tentando dar aquela forcinha àqueles jovens que sonhavam com suas paixões – e que agora, naquele parquinho, poderia ter uma oportunidade a se declarar ( e pagar, alguns trocados…)
E foi lá, que como qualquer outro jovem, calça curta, pedi a música da Júlia…
Ela estava de vermelho, lacinhos brancos, sorriso tímido e amava a valsinha…
E quando lá no alto da roda gigante, ela estava, a sua música tocava
– ela, corada, sorria timidamente, e esperando a hora de parar daquele brinquedo, que se tornara gigante, lento e provocador…eu fiquei.
E, por eternidades, a fio, aquela roda não queria parar…e quando parou, então, segurei a sua mão…
Julia, sorriu, mas, os seus país a levaram, já era tarde…
Enquanto as crianças gritavam, corriam, destruíam tudo o que não podiam – eu via o adeus da Júlia.
E a música ficou no ar, naquele tempo…
Enquanto as crianças brincavam.
E o parque se preparava para partir.
Gilson Cruz
Veja mais em: O tempo ( Contador de histórias) – Jeito de ver.
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