Conheça o Badfinger
O rádio tocava a bela canção Without You, na voz de Mariah Carey…
Do outro lado da rua, um fã de Raul Seixas insiste no refrão de Tente Outra Vez…
E eu penso: “Isso é Badfinger!” (Ouça o refrão em Day After Day).
Você conhece aquelas histórias trágicas de bandas incríveis, que pareciam destinadas ao sucesso, mas acabaram naufragando? A história do Badfinger é uma dessas. E merece ser contada.
Nos anos 1970, o mundo buscava um novo grupo que preenchesse o vazio deixado pelos Beatles. E os meninos do Badfinger eram realmente bons.
Mas escolhas ruins, ingenuidade e um empresário inescrupuloso levaram a banda a um fim devastador.
O começo promissor
Formado em 1961, em Swansea (País de Gales), o grupo nasceu como The Iveys, com Pete Ham, Ron Griffiths, David ‘Dai’ Jenkins e Mike Gibbins. Começaram com covers de Beatles e Rolling Stones, até que o talento para composições autorais os levou mais longe.
Em 1968, foram descobertos por Mal Evans, assistente dos Beatles, que os levou até a Apple Records. Com o novo nome — Badfinger — lançaram Come and Get It, escrita por Paul McCartney.
O sucesso veio rápido.
Com melodias envolventes e harmonias vocais impecáveis, emplacaram sucessos como No Matter What, Day After Day e Baby Blue.
George Harrison os incluiu no álbum All Things Must Pass, e eles participaram do histórico Concerto para Bangladesh, em 1971. Pareciam destinados a ocupar um lugar permanente no panteão do rock.
A queda
Mas, nos bastidores, o empresário Stan Polley desviava dinheiro e manipulava contratos.
A má gestão corroeu a estrutura da banda, gerando desconfiança, estresse e prejuízos financeiros.
Pete Ham, principal compositor, não suportou a pressão.
Em 1975, cometeu suicídio, deixando uma nota em que denunciava a traição de Polley.
Em 1983, foi a vez de Tom Evans, baixista e vocalista, pôr fim à própria vida. A banda, que um dia brilhou ao lado dos Beatles, apagava-se tragicamente.
Um legado que resiste
Apesar de tudo, Badfinger deixou um legado duradouro. Suas canções continuam tocando — em rádios, trilhas de filmes, nas playlists de quem descobre suas melodias sinceras e atemporais.
Sua história é um alerta sobre os bastidores da indústria musical. Mostra que talento, sem gestão ética, pode não ser suficiente.
Badfinger não morreu.
Ainda ecoa.
E ensina.
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Badfinger – Wikipédia, a enciclopédia livre
Que tal agora explorar algumas canções desse grupo incrível?