Durante algum tempo, alguns acreditavam que, com a evolução tecnológica, o rádio se tornaria obsoleto e, com o tempo, deixaria de existir.
Com o advento da televisão e, depois, com as plataformas digitais, o assunto voltou a atrair a atenção. Mas o fato é que o rádio está vivo e respira sem aparelhos (me perdoem o trocadilho infame!).
As emissoras de rádio precisaram se adaptar à nova onda. Ao invés de resistência, era o tempo de se abrir às mudanças, abraçar a tecnologia como uma aliada, mas sem perder a sua essência.
Por muitos anos, o rádio foi responsável diretamente pela formação musical de muitos ouvintes. Por exemplo, citaremos a Rádio Baiana de Itaberaba, AM 1030 KHz, fundada em 1977, e sua programação no início da década de 1980.
Entre notícias locais, estaduais, nacionais e internacionais, a programação trazia um repertório que ia desde canções populares a clássicos internacionais: de Luiz Gonzaga a Beatles, de Amado Batista aos Rolling Stones. A música em todos os seus estilos tinha o seu espaço.
Havia uma preocupação em mesclar novidades ao que já estava estabelecido como sucesso. Trepidants, Pholhas, Roupa Nova (ainda no início), 14 BIS e outras promessas que se firmaram com o tempo. Alguns tantos por ficarem famosos por apenas um único sucesso.
Por mais confusa que parecesse tal programação, ela dava aos ouvintes a oportunidade de se identificar com algo, algum estilo – ou mesmo com todos os estilos. A vastidão da mente permite tais proezas!
Com o tempo, as programações da maioria das rádios perderam diversidade e originalidade.
Devido à influência de empresários, as canções executadas tendem a seguir um modismo descartável – onde todas as vozes e canções parecem ser meras continuações.
Conforme mencionado em um artigo anterior neste site, há sempre a possibilidade de influências externas (jabá) interferirem nas programações. Como disse uma certa empresária do funk, antes algumas rádios cobravam uma certa quantia para divulgar determinado artista (jabá) e com a chegada dos barões do agronegócio, eles mesmos compram as rádios para divulgar o seu produto, isto é, cantores do agro. –Veja Ex-empresária de Anitta viraliza ao expor poder do sertanejo e influência do agro na música | Diversão | O Dia (ig.com.br)
Bem, é verdade que hoje quase todos os artistas estão disponíveis em plataformas digitais como o Spotify, Deezer, Amazon e outras. Mas comprar espaço para divulgação é uma tarefa injusta. Pois significa que quem tem mais dinheiro para investir, aparecerá mais – independente da qualidade e do talento.
É justamente neste espaço que percebemos a falta das antigas programações das rádios, que prezavam também a inclusão de novos talentos, de todos os estilos – dando a sua contribuição à formação do gosto musical da população.
A rádio deve adaptar-se ao atual, mas sem perder as suas melhores características.
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