Saí
Olhei a velha praça
e as flores no jardim
O sol morno de Primavera
e o vento suave que vinha dos morros
Iluminavam e abriam caminho
Os passarinhos
não queriam acordar
Não cantavam por onde eu andava
Talvez percebessem a solidão
E a tristeza em meus passos
E eu contava os dias
Para esquecer
um passado recente
e a esperança que morrera
no horizonte…
Para esquecer
que estava só,
num mundo tão grande,
imenso
E as pessoas
que sorriam e viam o meu riso
não viam a dor em meus olhos…
Que imploravam,
ao menos uma mão
algo que desse sentido aos meus passos…
Mas, os dias passavam
e o tempo passava…
E quando na pressa de viver,
de dar sentido a tudo,
e continuar vivendo…
Saí…
na mesma direção
mas, deixei a porta aberta.
Gilson Cruz
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