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A música como produto e arte – uma história!

Um disco na vitrola. Um texto sobre a Música como um produto.

Imagem de Essexweb1 por Pixabay

 

A música como produto e arte – uma história

Você já teve a sensação de constante déjà vu ao ouvir algumas músicas?

Pois é… essa sensação, cada vez mais comum, tem uma explicação simples: a música também é um produto comercial!

E como todo produto, quando algo dá certo, vira fórmula.
Se um estilo estoura, logo aparece um monte de outros na mesma linha.

Mas será que isso tira o valor da música como arte?

Vamos conversar um pouco sobre isso.
Porque por trás das tendências e repetições, há também emoção, memória, identidade e cultura.
Vamos nessa?

A música como produto e arte – uma história

Você já teve a sensação de constante déjà vu ao ouvir algumas músicas?

Bem, essa sensação cada vez mais comum se dá por um motivo: a música é um produto comercial!

Isso significa que, se um estilo fizer sucesso, ele será copiado.

Vamos explorar um pouco este tema.

Explorando a Melodia ao Longo do Tempo

A música, essa forma única de arte, está ao nosso alcance através de diversas plataformas que oferecem uma vasta seleção de artistas e estilos musicais.

Hoje em dia, temos a liberdade de montar playlists personalizadas, algo inimaginável nos tempos em que só tínhamos as rádios como fonte – e isso é fantástico!

Nas décadas de 80 e 90, aguardávamos ansiosamente o locutor de voz bela e marcante anunciar o próximo hit.

Com o gravador pronto, os botões “REC” e “PLAY” acionados, tudo corria bem até que, ao fim da música, o infeliz interrompia informando a hora e o nome da estação, estragando a gravação. Que época incrível!

Cada cantor tinha a sua própria maneira de interpretar canções.

Canções e cantores de diferentes estilos ocupavam a mesma programação – a arte musical em sua forma plena.

A música, como forma de arte, é rica em emoções variadas e oferece inúmeras interpretações ao público.

Ela se adapta a cada indivíduo, proporcionando o significado que procuramos, e reflete a cultura de cada época.

A arte é dinâmica, ajustando-se e evoluindo de forma natural, aprimorando tendências e traços. Esse mesmo processo se manifesta no mundo da música.

Um Passeio no Tempo

Vamos voltar ao início da década de 1960. Lá observamos o declínio do Rock’n Roll:

Elvis Presley estava no exército americano, sem a rebeldia anterior; Little Richard quase abandonou a música; Chuck Berry enfrentava problemas com a justiça; e Jerry Lee Lewis caía em desgraça por seu comportamento volátil e um escândalo matrimonial.

Ícones promissores como Buddy Holly, Richie Valens e Big Bopper morreram em um trágico acidente aéreo. Parecia que o mundo do Rock estava à deriva.

Contudo, na Inglaterra, jovens se encantavam com o Rock’n Roll que adormecia nos EUA.

Nascia o Rock Britânico, com bandas como The Beatles, The Hollies, The Rolling Stones, Gerry and the Pacemakers, The Dave Clark Five, The Swinging Blue Jeans e The Kinks, cada uma trazendo seu estilo distinto.

Foi assim que o Rock’n Roll reconquistou o mundo.

No Brasil, bandas notáveis como Os Incríveis, Renato e seus Blue Caps, The Fevers, Os Carbonos e The Sunshines surgiram, cada uma imprimindo seu legado. A música se transformava em mercadoria, com as gravadoras lançando sucessos formatados até que uma nova onda musical emergisse.

Analisando e Copiando Tendências

O mundo da música é conhecido por suas cópias e imitações – assumindo a forma de produto.

Era comum, em décadas anteriores, gravadoras investirem em cantores de estilos e vozes parecidos.

Alguns grupos se inspiraram nos Beatles; cantores tiveram Elvis como referência – e isso é saudável.

Na década de 1980, a boyband porto-riquenha Menudos se tornou febre nas Américas.

Embarcando na fórmula de sucesso, muitas e muitas boybands no mesmo estilo foram formadas.

No Brasil, nos anos 1990, vimos cantores sertanejos da época seguindo a mesma temática, cortes de cabelo e calças apertadas.

Após a febre sertaneja, surgiram grupos de pagode no rastro do Raça Negra, assim como grupos de lambada, no final da década de 1980, seguiram a onda do Kaoma.

Seguindo a Tendência

Seguir ou não uma tendência pode significar o sucesso ou o insucesso.

Artistas consolidados tendem a insistir nos seus estilos característicos.

Por outro lado, artistas novos experimentam os seus minutos de fama e partem para o esquecimento.

Ao analisar a música como arte e produto, não se pode esquecer algo importante:

O sucesso é copiado como produto, mas cada cópia é um retrato de uma época. São importantes para explicar o contexto histórico, tendo o seu valor – para o bem ou para o mal.

Apreciemos e entendamos como ela reflete nosso contexto histórico e cultural, sempre evoluindo e se adaptando, marcando as páginas da nossa história musical.

 

Gilson Cruz

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