Gilson Cruz
Compor uma música é como trazer algo à vida.
A inspiração, as horas de planejamento e enfim, a hora da execução.
Trazer uma obra ao público pode ser uma experiência traumatizante.
Imagine, as dúvidas que pairam sobre a mente de um artista quanto à aceitação de sua obra, daquilo que envolve tanto de sua personalidade!
No Festival de Música de 1967, Sérgio Ricardo, intérprete de ‘Beto bom de bola’, enfrentou uma situação ilustrativa.
Desapontado por não ouvir o retorno do som da banda de apoio devido às vaias incessantes da plateia, o cantor teve um ataque de ira. Em um ato de descontentamento, proferiu as seguintes palavras: – ‘Vocês ganharam, vocês ganharam!’, quebrou seu violão em um banco e o atirou para a multidão.
Nas competições disfarçadas de festivais, os sentimentos de rivalidade e competição superavam o que deveria ser a razão da arte: a apreciação. Muitas belas canções foram vaiadas, refletindo como a reação intempestiva do público resultou no mesmo comportamento do artista.
Essa dinâmica também ecoa nos desafios enfrentados pelos músicos consagrados. Mesmo com o sucesso de suas primeiras canções, surge o anseio de apresentar trabalhos mais recentes. No entanto, a introdução dessas novas músicas no repertório pode se tornar um desafio. Muitos artistas, após obterem sucesso com seus primeiros discos, podem se distanciar dessas músicas, ignorando o desejo do público por elas.
Essa desconexão entre artistas e fãs pode criar uma tensão, levando alguns a encarar tal atitude como desrespeito ao público.
Pode haver uma certa resistência do público às novas canções por causa dos vínculos sentimentais gerados pelas antigas. Por isso, o artista consciente, introduz sutilmente o novo repertório, revezando novos e velhos sucessos. De modo a não causar estranheza.
O drama dos músicos anônimos
Músicos anônimos vivem cada apresentação como sendo uma última oportunidade.
Não sabem onde estarão no dia seguinte, por isso, cada show se torna uma mistura dos mais variados estilos, na busca de encontrar um que seja a sua marca. Sonham, muitas vezes, em serem descobertos por empresários que os ajude na busca desses sonhos.
A plateia, por outro lado, se divide em três: Uma que preza as habilidades do artista, outra que está lá pela música e a outra que busca um significado nas coisas.
Cabe ao artista dar aquilo que se precisa e se espera.
Àqueles que estão pelo artista: a arte – o que há de melhor.
Àqueles que estão apenas pela música: – a melhor música.
Àqueles que buscam um significado: – o momento inesquecível.
O público é a vida da arte, é quem se encarregará de não esquecê-la.
Por isso, a relação artista-arte encontra a sua finalidade quando alcança o coração do público que a manterá viva, através dos tempos.
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Veja também: Que tal compor a sua obra de arte? ‣ Jeito de ver
Músicos anônimos vivem cada apresentação como sendo uma última oportunidade.
Não sabem onde estarão no dia seguinte, por isso, cada show se torna uma mistura dos mais variados estilos, na busca de encontrar um que seja a sua marca. Sonham, muitas vezes, em serem descobertos por empresários que os ajude na busca desses sonhos.
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