As redes sociais têm um papel crucial na disseminação de discursos de ódio.
Elas foram desenvolvidas com o intuito de gerar lucros ao passo que facilitariam uma melhor interação entre pessoas e grupos, NADA É GRATUITO!
Neste artigo analisaremos especialmente o ‘X’, do antecessor Twitter, e seu papel na propagação de tais discursos e de fake news.
O espaço concedido pelas redes sociais ao discurso de ódio
As redes sociais, criadas para serem plataformas de liberdade de expressão e interação social, tornaram-se arenas para a propagação de discursos de ódio, notadamente por políticos de extrema direita.
O ‘X’, antes conhecido como Twitter, destaca-se significativamente nessa questão.
A estrutura dessas plataformas permite a disseminação rápida de mensagens, frequentemente sem a moderação adequada para impedir conteúdos nocivos.
Tal cenário é aproveitado por indivíduos extremistas para intensificar fake news, narrativas de ódio e divisão.
O anonimato e os perfis falsos
O anonimato incentiva usuários a expressarem opiniões ofensivas e extremas sem temer retaliações. Essa sensação de impunidade propicia atos de ódio, encorajando a repetição desses comportamentos.
A arquitetura algorítmica das redes sociais é igualmente crucial, pois algoritmos focados em engajamento favorecem conteúdos que polarizam, incluindo discursos de ódio, devido ao aumento de interações.
Isso gera um ciclo vicioso, dando mais visibilidade a tais conteúdos, ampliando seu alcance e normalizando o extremismo.
Mas, onde entra o lucro?
Não importa a razão do discurso a ser discutido, quanto maior o alcance maior a oportunidade de vender anúncios.
Discursos de ódio e fake news têm maior alcance que retratações e desmentidos!
A falta de controle efetivo e a permissividade das plataformas criam um ambiente fértil para o crescimento do extremismo online.
Não importa a razão do discurso a ser discutido, quanto maior o alcance maior a oportunidade de vender anúncios.
As bolhas
As redes sociais desempenham um papel crucial na criação de bolhas informativas, onde os usuários são frequentemente expostos somente a conteúdos que confirmam suas crenças já existentes.
Esse fenômeno é intensificado pelos algoritmos das plataformas, que tendem a mostrar postagens e notícias que se alinham com as preferências e o histórico de interações dos usuários
Conhecida como “filtro bolha”, essa prática cria um ambiente isolado, no qual pontos de vista divergentes são minimizados ou completamente excluídos.
A exposição constante a conteúdos que reforçam e amplificam perspectivas extremas pode resultar em polarização e radicalização.
Esse ciclo pernicioso não só isola os usuários de diferentes perspectivas, mas também potencializa o ódio e as críticas extremas, gerando uma câmara de eco de negatividade e hostilidade.
A exposição constante a conteúdos que reforçam e amplificam perspectivas extremas pode resultar em polarização e radicalização.
O papel dos algorítmos
Os algoritmos de redes sociais têm um papel crucial na amplificação do ódio.
Eles são programados para maximizar o engajamento e tendem a promover conteúdos que provocam mais interações, favorecendo postagens que são provocativas e polarizadoras.
Isso faz com que discursos de ódio e mensagens extremistas tenham mais visibilidade e alcance, exacerbando as tensões sociais e fomentando divisões.
É vital que essas empresas implementem políticas mais estritas para monitorar e limitar a propagação de conteúdo nocivo.
Promover a diversidade de pensamento e a exposição a diferentes pontos de vista são etapas cruciais para diminuir a polarização e a radicalização.
Apenas por meio de uma abordagem consciente e proativa poderemos criar um ambiente digital mais saudável e inclusivo.
Promover a diversidade de pensamento e a exposição a diferentes pontos de vista são etapas cruciais para diminuir a polarização e a radicalização.
O Impacto do Discurso de Ódio na Saúde Mental e na Vida das Pessoas
O discurso de ódio em redes sociais tornou-se um fenômeno alarmante, com impactos significativos na saúde mental das vítimas.
O anonimato do ambiente virtual facilita a propagação de mensagens negativas, com efeitos potencialmente devastadores.
A exposição contínua a tais conteúdos pode causar problemas psicológicos, incluindo depressão, ansiedade e, em casos extremos, suicídio.
O caso de Hannah Smith, uma adolescente britânica que cometeu suicídio após sofrer assédio online, é um exemplo trágico.
Ela foi vítima de bullying e mensagens de ódio nas redes sociais, o que deteriorou seu estado emocional e culminou em tragédia.
Casos como o de Hannah não são raros, e muitas vítimas de discurso de ódio lutam com desafios semelhantes, frequentemente sem suporte adequado.
O impacto do discurso de ódio vai além do sofrimento individual, influenciando negativamente a vida social e profissional das vítimas. A exposição frequente a mensagens de ódio pode diminuir a autoestima, abalar a confiança e resultar em isolamento social.
O estigma do assédio online pode danificar a reputação e as oportunidades de trabalho das vítimas, criando um ciclo de sofrimento e exclusão.
Pesquisas indicam que a enxurrada de mensagens negativas nas redes sociais pode alterar a química cerebral, contribuindo para transtornos mentais.
A Necessidade de Regulação das Redes Sociais
A disseminação crescente de discursos de ódio em redes sociais, como a plataforma ‘X’, anteriormente conhecida como Twitter, tem levantado um debate intenso sobre a necessidade de regulamentação mais estrita.
Diversos países e organizações internacionais estão debatendo propostas para regular as redes sociais e controlar a disseminação de discursos de ódio.
A União Europeia, por exemplo, adotou o Código de Conduta para combater o discurso de ódio online, exigindo que as empresas de tecnologia retirem conteúdo ilegal dentro de prazos estabelecidos.
Nos Estados Unidos, apesar da Primeira Emenda proteger a liberdade de expressão, existe um apoio crescente para revisar a Seção 230 do Communications Decency Act, que atualmente oferece imunidade às plataformas digitais em relação à responsabilidade pelo conteúdo criado pelos usuários.
Diversos países e organizações internacionais estão debatendo propostas para regular as redes sociais e controlar a disseminação de discursos de ódio.
Uma regulação eficiente das redes sociais pode trazer vários benefícios.
Em primeiro lugar, ao estabelecer diretrizes claras sobre o que é considerado discurso de ódio, as plataformas seriam forçadas a monitorar e eliminar conteúdos nocivos com mais diligência.
Em segundo lugar, a aplicação de penalidades severas pelo descumprimento dessas diretrizes poderia atuar como um forte desincentivo à tolerância das empresas de tecnologia com conteúdos ofensivos.
Por fim, a implementação de mecanismos de denúncia e apoio às vítimas de discurso de ódio poderia contribuir para um ambiente online mais seguro e inclusivo.
Em resumo, a regulamentação das redes sociais é uma ação necessária para enfrentar a ‘pandemia’ de discursos de ódio. Embora seja um desafio, a implementação de políticas rigorosas e coordenadas pode ser fundamental para promover mudanças positivas.
Nota: Como mencionado na introdução, nada é gratuito, e isso também se aplica aos discursos de ódio e aos algoritmos que promovem a formação de bolhas ideológicas.
No jogo da comunicação e da propaganda, o usuário comum é o produto em questão, e o objetivo de quem promove a polarização é único: estabelecer um sistema do qual possam lucrar.
“No jogo da comunicação e da propaganda, o usuário comum é o produto em questão…”
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