São apenas meninos jogando futebol!
Você pode até não concordar comigo quando digo que eles amam a camisa, o país que representam na competição.
Os toques de bola curtos, a consciência da presença do companheiro ao lado e a simplicidade são evidências claras do quanto prezam o esporte e o torcedor.
O adversário joga fechado, algumas vezes até abusando da violência. Mas os meninos, tranquilos, tentam seguir o esquema tático estabelecido pelo treinador.
Manter uma seleção de jovens não é fácil.
Eles podem até empatar, e mesmo perder, faz parte do jogo, mas o que vejo é uma seleção jogando pra cima.
Fico espantado com a disposição dos garotos, pois a temporada na Europa já acabou e eles podiam estar curtindo as férias. Mas defender as cores de sua seleção é também um interesse pessoal.
A alegria do seu povo também é especial!
Não, não estou falando do que chamam de seleção brasileira de futebol.
A seleção brasileira já não encanta faz tempo.
Os meninos brasileiros sonham em entrar nos esportes com um único objetivo: jogar no futebol europeu.
E onde é que entra a seleção? A seleção brasileira é como uma vitrine para aqueles que desejam aparecer neste imenso balcão de negócios.
O prestígio adquirido pela camisa amarela ao longo do tempo, com astros como Pelé, Garrincha, Zagallo, Didi, Zico, Sócrates, os Ronaldos e muitos outros que construíram a fama do Brasil, valoriza e muito o passe daqueles que a vestem.
Então, nos primeiros anos, os meninos se esforçam como se estivessem jogando a vida em suas partidas e, antes mesmo de atingirem a maioridade, são vendidos a times estrangeiros.
Quando os jogadores são convocados, seu valor aumenta. E quando atuam como titulares na seleção, uma meta é alcançada e, com isso, um valor ainda maior é adicionado ao seu contrato.
Agora, com contratos milionários, a seleção deixou de ser uma meta e tornou-se apenas mais um compromisso neste mundo de negócios chamado futebol.
A Seleção é formada pelos melhores jogadores contratados por times europeus, em sua maioria desconhecidos em sua terra natal. Me recuso a acreditar na interferência de empresários. Seria o fim!
Mas, o fato é que os torcedores de times que atuam no próprio País não se veem representados naquele time.
Tão estranho, quanto o futebol que apresentam!
A Copa América é um pequeno torneio… como qualquer outro!
– A expressão sem palavras.
E os pequenos campeonatos são encarados como um favor a um país empobrecido por torcedores iludidos por locutores ufanistas que tentam vender uma seleção que não mais encanta.
Uma seleção de garotos mimados, que não se importam com a derrota, com atuações bizarras e com a cara de trouxa dos que ainda pagam fortunas para assistir a um futebol medíocre.
Mas, no mundo das redes sociais, o importante é fazer fotografias nos eventos e se sentir no centro do mundo!
Uma torcida muitas vezes tão verdadeira quanto a seleção que a representa. Que chora e expõe seu momento triste, íntimo, nas redes sociais para conseguir visualizações e likes.
Enquanto os derrotados saem derrotados, com as contas bancárias um pouco mais gordas…
A propósito, os meninos no início do texto, que jogam com alegria e responsabilidade, são os meninos da seleção da Espanha.
Escrevo o texto enquanto empatam em 1×1 com a valente seleção francesa na Eurocopa 2024. Sem coreografias ridículas, “não tem esse molejo necessário para ganhar uma copa” – ninguém dança melhor que os meninos do Brasil!
E lugar nenhum do mundo tem tantos dançarinos no futebol pra seguir nas redes sociais.
E que dancem sempre, entretendo quem ainda insiste em acreditar no futebol da seleção brasileira.
Ah! Acabou a partida.
A Espanha venceu a partida por 2×1.
Enquanto a cor amarela da seleção é usada em cerimônias e como adorno em caminhões, o futebol da seleção brasileira perde o prestígio mundial que já teve…
Mas, continua rica…
Muito rica…
Pobre seleção brasileira!!!
Leia a crônica a seguir: Quiprocuó Esporte Clube – Falando de futebol ‣ Jeito de ver