A campanha eleitoral naquela pequena cidade do interior nordestino já havia alcançado o mais baixo nível de toda a história…
Cadeiradas eram afagos, perto do que se via por lá, mas também não era tão violenta quanto aquele caso do senador assassino que matou alguém lá em 4 de Dezembro de 1963…
Mas esqueceram a gentileza!
Palavrões, cadeiras voando, e um tal de “ladrão” pra cá e “ladrão” pra lá… mas ninguém cogitava a ideia de processar o candidato A, B ou C. Vai que tinha algo escondido!
Então, o coordenador da campanha de Jorge Clemente resolveu inovar: — “Nada é tão puro quanto uma criança!”
Bem, crianças não votam…
Usar crianças em campanhas políticas é meio estranho. Candidatos com cara de nojo abraçando crianças que dariam tudo para não estar naquele lugar…
Usar crianças é um artifício complicado, pois muitos casos de corrupção envolvem dinheiro que seria destinado à educação e à cultura – o futuro das mesmas.
Mas, como não estou aqui para explicar política e sim para contar o caso, deixe-me continuar:
Jorge Clemente teve a brilhante ideia para apaziguar os ânimos: — “Vou inovar… No carro de som, vou colocar algumas crianças para acenar ao povo, enquanto o locutor fala mansamente o nome Clemente…”
E assim se deu.
Quatro meninos foram escolhidos para desfilar no carro e acenar ao povo pelas ruas da cidade.
E qual não foi a surpresa da população ao ver que, enquanto a caravana passava, as inocentes crianças erguiam os pequenos dedos médios, em riste, para os adversários políticos.
Ao chegar em casa após uma manhã cansativa de trabalho em setembro de 2001, liguei a televisão e me deparei com imagens que mais pareciam saídas de um filme de Hollywood..
Dois aviões haviam colidido com o World Trade Center, símbolos do poder econômico dos Estados Unidos e sua influência no comércio global e na economia.
Os jornais repetiam a notícia incansavelmente. Confesso que fiquei perplexo, pois não compreendia nada do que estava acontecendo naquele momento.
Vinte e três anos mais tarde, temos a oportunidade de analisar com serenidade os eventos daquele dia e tentar compreender o absurdo.
É possível revisitar ambas as perspectivas da história.
Vamos analisar a história e os efeitos colaterais desses ataques? É hora de História.
A Fundação do World Trade Center
O World Trade Center foi projetado na década de 1960 como um emblema de prosperidade e globalização.
Composto por sete edifícios, incluindo as icônicas Torres Gêmeas, o complexo foi uma colaboração entre a Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey e a firma de arquitetura de Minoru Yamasaki.
O principal objetivo do World Trade Center era centralizar o mundo dos negócios e do comércio na cidade de Nova York, servindo como um hub internacional de finanças e oferecendo infraestrutura de ponta.
Além disso, o WTC se transformou em um símbolo de poder econômico e orgulho nacional, atraindo milhões de turistas a cada ano.
A Tragédia de 11 de Setembro
No dia 11 de setembro de 2001, o World Trade Center foi alvo de ataques terroristas que culminaram na queda das Torres Gêmeas e na morte de quase 3.000 pessoas.
Quais seriam os motivos dos ataques?
As coisas não costumam acontecer por acaso, elencamos abaixo algumas das alegações para o que resultou na tragédia.] do 11 de Setembro de 2001.
Entre os motivos alegados para o ataque, destacamos:
Oposição à Política Externa dos EUA: Os terroristas, ligados à Al-Qaeda, criticavam a presença militar americana no Oriente Médio, particularmente em nações muçulmanas como Arábia Saudita e Iraque.
Conflito com Israel: Extremistas que influenciaram os ataques consideravam o suporte dos EUA a Israel um insulto às causas palestinas.
Resistência à Globalização: O World Trade Center representava a globalização e o capitalismo do Ocidente, percebidos pelos agressores como uma ameaça aos seus princípios e modo de vida.
Intenção de Gerar Medo e Instabilidade: A Al-Qaeda pretendia semear terror e desordem, desafiando o poderio militar e econômico dos EUA e buscando ampliar o apoio à sua ideologia radical.
Esse evento não apenas se tornou um dos mais trágicos na história dos Estados Unidos, mas também provocou impactos mundiais, afetando políticas de segurança e as relações internacionais.
O Legado do World Trade Center
Em resposta aos ataques, os Estados Unidos iniciaram o que chamaram de “Guerra ao Terror”, com o objetivo de combater grupos terroristas e os estados que os apoiam.
Isso envolveu operações militares para desmantelar a Al-Qaeda e capturar seu líder, Osama bin Laden.
A invasão do Afeganistão em outubro de 2001 pelos EUA visava derrubar o regime Talibã, que abrigava a Al-Qaeda, e capturar seus líderes.
Além disso, os EUA promoveram uma campanha global de informação e diplomacia para formar coalizões internacionais contra o terrorismo e fortalecer a segurança mundial.
Consequências da Invasão
O prolongamento do conflito resultou em uma guerra de mais de duas décadas, trazendo enormes perdas humanas e financeiras para os EUA, seus aliados e a população civil afegã.
– A instabilidade regional exacerbou conflitos internos e fortaleceu a insurgência talibã, culminando na sua retomada do poder no Afeganistão.
– Uma crise humanitária severa se manifestou, com milhões de deslocados e refugiados, além da destruição significativa de infraestrutura e serviços básicos.
– O impacto nas políticas e segurança global foi notável, com o redirecionamento de recursos e atenção para outras questões críticas.
– Houve críticas às estratégias militares e à abordagem de reconstrução nacional, bem como preocupações com violações dos direitos humanos e práticas de detenção.
E, como uma consequência adicional, emergiu o Estado Islâmico… mas isso é tema para outra discussão.
Um novo One World Trade Center
Atualmente, o local onde ficava o World Trade Center é conhecido como Ground Zero.
Esse espaço foi convertido em um memorial e museu em tributo às vítimas dos atentados.
Adicionalmente, o novo One World Trade Center ergue-se como um símbolo de resiliência e renascimento, mantendo vivo o legado do complexo original.
O WTC segue sendo um emblemático símbolo de superação e da força do espírito humano.
Entendendo a história:
As grandes potências frequentemente se envolvem em assuntos internacionais quando há interesses econômicos significativos.
Embora o petróleo ( talvez) não tenha sido o único fator nas decisões dos Estados Unidos, a localização estratégica do Afeganistão era crucial para o transporte e acesso aos recursos energéticos do Oriente Médio.
A estabilidade da Ásia Central e do Oriente Médio, áreas que abrigam importantes oleodutos e vias comerciais, era essencial para os interesses dos EUA e seus aliados.
Independência do Brasil – Uma História Mal Contada
Nos bons tempos de escola, lembro da professora com olhos marejados, apontando o quadro de Pedro Américo, de 1888, narrando com emoção os eventos que levaram até as margens do Rio Ipiranga onde o Grande Dom Pedro I, deu o famoso grito: ” AAAiiiiiiii…”
Bem, não foi bem isso que ela ensinou, ela não poderia.
“Independência ou morte!” – foram as palavras do Imperador.
O segundo grito foi tão verdadeiro quanto o primeiro!
O fato é que as pessoas frequentemente embelezam a história para criar uma identidade própria.
No entanto, a verdadeira história desmistifica certos heróis e auxilia na compreensão mais profunda da estrutura atual da sociedade brasileira.
A Construção dos Heróis na História da Independência
A história da independência do Brasil é comumente contada de forma romantizada, especialmente na maneira como heróis são retratados.
Dom Pedro I é um exemplo clássico, frequentemente idealizado em sua imagem e papel nos eventos de 1822.
A imagem de Dom Pedro como herói nacional, proclamador da independência, ignora muitos aspectos e a complexidade política e social daquele tempo.
Essa visão romântica começou a tomar forma no século XIX, quando historiadores e o governo buscavam forjar uma identidade nacional coesa.
Esses heróis foram criados para influenciar a opinião pública e incentivar o sentimento patriótico numa nação nova e diversa.
Os movimentos políticos e as revoltas
Os aspectos mais obscuros, como conflitos internos e influências externas que afetaram a independência, frequentemente foram deixados de lado ou diminuídos para não ofuscar o relato heroico.
É fundamental reconhecer que Dom Pedro I não atuou sozinho nem sem interesses próprios.
Suas motivações tinham raízes políticas e sociais profundas, tanto no âmbito brasileiro quanto no internacional.
Ao idealizar a história, historiadores daquela época forjaram uma narrativa que enfatiza feitos heroicos individuais em vez de uma visão mais completa dos elementos que conduziram à independência.
Até hoje, essa perspectiva romantizada prevalece, o que impede um entendimento mais integral e crítico dos acontecimentos que culminaram na independência do Brasil.
Compreender as reais motivações e o contexto é vital para uma avaliação mais detalhada e verídica da história do país.
As Negociações Ocultas por Trás da Independência
A independência do Brasil é comumente vista como um evento revolucionário, mas na realidade, foi um processo complexo de negociações políticas e econômicas.
Esse cenário diplomático contou com personagens chave como Dom João VI e a nobreza portuguesa, que tiveram papéis essenciais na transição do Brasil de uma colônia para uma nação independente.
Com a transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1808, Dom João VI desencadeou uma série de transformações que prepararam o país para a independência.
Ao elevar o Brasil ao status de Reino Unido a Portugal e Algarves em 1815 e abrir os portos brasileiros ao comércio internacional, ele promoveu relações comerciais vitais para a autossuficiência econômica da colônia.
No cenário internacional, a situação era igualmente complexa, com as Guerras Napoleônicas e a instabilidade na Europa exercendo grande pressão sobre Portugal.
Como um aliado menor no cenário geopolítico controlado pelas grandes potências europeias, Portugal teve que negociar com cautela para manter sua influência no Novo Mundo.
As concessões feitas por Dom João VI visavam proteger interesses portugueses e brasileiros, amenizando o impacto da separação que se aproximava.
Relações ocultas Brasil/Portugal
Um dos aspectos mais significativos das negociações ocultas foi a relação financeira entre o Brasil e Portugal.
Tratados como o “Tratado de Amizade, Navegação e Comércio” assinado em 1810 formalizaram acordos que beneficiavam ambos os países, estabelecendo regras comerciais que perdurariam além da independência.
Ademais, a indenização financeira paga pelo Brasil a Portugal em 1825, como parte do reconhecimento formal da independência, reflete o caráter negocial e compensatório da ruptura.
Portanto, a independência do Brasil não pode ser compreendida plenamente sem considerar os acordos políticos e econômicos que antecederam o proclamado Grito do Ipiranga.
Esses arranjos, muitas vezes omitidos nos relatos tradicionais, moldaram a transição de uma colônia governada a uma nação soberana, iluminando uma dimensão frequentemente esquecida da história brasileira.
A Supressão de Revoltas e Movimentos Populares
A narrativa da independência do Brasil não está completa sem considerar as revoltas populares que ocorreram antes e depois de 1822.
Levantes como a Revolução Pernambucana de 1817 simbolizam a insatisfação com o regime colonial e a demanda por reformas substanciais.
A Revolução Pernambucana, um movimento separatista, reivindicou maior autonomia, liberdade comercial e o fim das arbitrariedades do poder central.
Apesar de sua rápida supressão, deixou um legado de resistência e luta por direitos.
Outras revoltas, temidas pelo poder dominante por ameaçarem a unidade e o controle sobre a colônia, também foram reprimidas.
Antes da independência, movimentos como a Inconfidência Mineira em 1789 e a Conjuração Baiana em 1798 enfrentaram repressão severa.
A luta persistiu mesmo após 1822, com a Cabanagem (1835-1840) e a Farroupilha (1835-1845), que desafiaram o poder estabelecido em busca de autonomia regional e reformas sociais e econômicas.
Esses movimentos refletem a contínua insatisfação popular e a complexidade da formação do estado brasileiro.
Assim, para compreender plenamente a independência do Brasil, é essencial reconhecer e estudar essas revoltas, valorizando a memória das lutas e daqueles que desafiaram a ordem vigente.
Entendendo os bastidores
Frequentemente, a versão oficial simplifica ou omite complexidades cruciais que influenciaram o curso dos eventos.
O livro “O Reino que Não Fazia Parte Deste Mundo” traz uma análise aprofundada dos fatores políticos, sociais e econômicos que levaram à separação de Portugal, evidenciando como narrativas oficiais podem ser construídas por interesses particulares.
A obra critica a idealização de Dom Pedro I, argumentando que a imagem do príncipe regente proclamando a independência às margens do Ipiranga, com um brado retumbante, não reflete as complexas negociações e tensões políticas que ocorreram antes desse ato.
A ênfase em um único herói desconsidera a rede de influências, incluindo a pressão das elites econômicas e intelectuais, que realmente delinearam a decisão de se desvincular de Portugal.
Independência
Além disso, os padrões de exploração e a desigualdade social, heranças do período colonial, não se resolveram automaticamente com a independência.
Ao contrário, muitos problemas persistiram, como a escravidão, que continuou legal e vital para a economia no século XIX.
A historiografia tradicional frequentemente atenua essa continuidade, sugerindo uma transição mais progressista e liberal do que realmente ocorreu.
É essencial reconhecer essas sutilezas para entender completamente os eventos históricos.
Portanto, reavaliar os fatos históricos é uma necessidade educacional.
Incluir perspectivas variadas, especialmente as que são frequentemente ignoradas, como as dos escravizados, indígenas e mulheres, amplia a compreensão do processo de independência.
Entender os eventos não tira a importância dos personagens históricos, mas destaca aspectos da cultura nacional, como o clientelismo, o protecionismo e as desigualdades sociais — elementos que Pedro Américo não representaria em uma pintura.
Poucos, muito poucos, ouviram o grito da Independência.
É cedo e alguém no fim da rua lembrou que ainda havia um daqueles foguetes da festa da democracia da noite passada.
Bem, meus tímpanos perfurados não ficaram felizes com os picos de 118 decibéis das cornetas dos carros — sim, falei carros — que passaram em frente à minha casa, assim como também minha pobre cachorrinha quase infartou.
Pois é, os cães não suportam sons altos.
Imagine então os pobres cachorrinhos de rua; não tente imaginar, deve ser difícil. São apenas cachorros.
Enquanto isso, uma fala indecifrável e rouca repete comandos que mais irritam do que encorajam!
É estranho como mostrar força numa campanha se relaciona mais com a intimidação (que nos remete aos belos tempos de bullying escolar…) do que com planos de governo. Não amadurecemos muito nesse aspecto!
E de repente, sem querer nem forçar a barra, me sinto de volta aos tempos em que não havia microfones e alto-falantes modernos e os candidatos se esgoelavam de modo a serem alcançados por todos os ouvintes…
E apesar da modernidade, vejo candidatos gritando desesperadamente nos microfones, e antes que você se diga: “Gritar é necessário para estimular os eleitores…” — já imaginou este tipo de estímulo dentro de casa?
Bem, para ser eloquente e entusiástico não é preciso se esgoelar; um pouco de modulação no tom do discurso teria um efeito mais positivo.
Mas, enquanto escrevo, um amigo diz: “Isso é política!”
Não posso concordar. A arte da negociação e dos debates de propostas, sem as baixarias atuais no mundo inteiro, a definiria melhor.
E enquanto tento argumentar, uma bomba explode próximo ao meu ouvido, já doente, enquanto os cachorrinhos acuados se encostam, tremendo, nas paredes como se tentassem atravessá-las.
Minha amiguinha de quatro patas se encolhe na poltrona.
Setembro é um mês especial. Por essas bandas, o frio se despede, dando início ao primeiro verão, ou primavera.
Setembro também traz o sorriso de Bell, minha irmã mais nova, que nasceu neste mês, no dia 16, assim como as saudades da minha irmã Léia, que também nasceu no dia 17 e que, neste mês, passou a viver apenas nos meus sonhos e memórias.
Setembro é também marcado como o mês dos atentados terroristas ao World Trade Center.
Que tal mergulharmos um pouco na história deste mês?
Apresentando…
Setembro é o nono mês do ano no calendário gregoriano, com duração de 30 dias.
Seu nome tem origem na palavra latina “septem” (sete), pois era o sétimo mês no calendário romano, que originalmente começava em março.
A introdução dos meses de janeiro e fevereiro em 451 a.C. reposicionou setembro como o nono mês do ano.
No hemisfério norte, setembro marca o início do outono, enquanto no hemisfério sul, é o início da primavera, sendo sazonalmente equivalente a março no hemisfério norte.
Em 21 ou 22 de setembro, ocorre o equinócio de setembro, quando o Sol cruza o equador celeste rumo ao sul, sinalizando o começo do outono no Hemisfério Norte e da primavera no Hemisfério Sul.
História
Historicamente, setembro era dedicado ao deus romano do fogo, Vulcano, devido às altas temperaturas associadas ao mês quando ainda era o sétimo mês do calendário.
Os anglo-saxões também o chamavam de “Gerst Monath” (mês da cevada) e “Haefest Monath” (mês da colheita), refletindo sua importância agrícola.
Acontecimentos na história
Setembro é rico em simbolismo e eventos históricos.
Em 1752, o Império Britânico omitiu 11 dias no mês, entre os dias 2 e 14, ao transitar do calendário juliano para o gregoriano.
O 1º de setembro de 1939 marca o início da Segunda Guerra Mundial, com a invasão da Polônia por Adolf Hitler.
Já em 11 de setembro, o mundo relembra dois eventos trágicos: os ataques terroristas nos EUA em 2001, que causaram a morte de 2.996 pessoas, e o golpe militar no Chile em 1973, liderado por Augusto Pinochet.
Mês de conscientização
Além disso, setembro é conhecido por suas campanhas de conscientização.
A campanha Setembro Amarelo, adotada no Brasil em 2015, visa prevenir o suicídio, conscientizando sobre a saúde mental e reduzindo o estigma associado a transtornos mentais.
Ela foi inspirada pela história de Mike Emme, um jovem que cometeu suicídio aos 17 anos, em setembro de 1994, nos Estados Unidos.
A campanha é simbolizada por fitas amarelas, e dados alarmantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo. No Brasil, a taxa média é de 14 mil suicídios por ano.
Um mês cultural
O mês de setembro também tem relevância cultural e social.
É marcado pelo início do ano letivo em muitos países do hemisfério norte, além de abrigar o famoso Festival de Cinema de Veneza. Nos Estados Unidos, setembro é o mês nacional do mel, do frango e do piano.
As pedras de nascimento associadas a setembro são a safira e o lápis-lazúli.
Em resumo, setembro é um mês cheio de histórias, tradições e peculiaridades que vão muito além do que geralmente se conhece, destacando-se tanto por seu significado histórico quanto por seu impacto cultural e social.
“Se me ponho a cismar em outras eras Em que ri e cantei, em que era bela, Parece-me que foi noutras esferas, Parece-me que foi numa outra estrela”.
“A Rua” – Mario Quintana
Não sei se o prédio da Prefeitura era cinza ou se essa é a cor da minha memória, mas era verão quando lá cheguei, há muito tempo.
Os velhos bancos deteriorados numa velha praça de imensas árvores nativas, sem ladrilhos, castigada pelo andar de milhares de pessoas ao longo dos velhos anos.
De frente com a praça, a tradição de Seu João do Bar, a meiguice da Professora Marlene e os doces risos iluminados de Dona Lourdes.
Senti-me bem-vindo.
Dona Maria Medrado e as velhas fotografias falavam um francês perfeito e um belo inglês – privilégio de uma antiga elite.
Lembro das histórias que contava…
Suas fotografias me deixaram apaixonado e as histórias de sua vida, seu primeiro amor, seus pais, primos e irmãos me mostraram o quanto a vida muda em tão pouco tempo.
Caminhando mais à frente, havia o Paço Municipal e um espaço que seria, no futuro, a Câmara Municipal dos Vereadores.
Antes, as sessões eram realizadas num velho espaço na Praça da Bandeira, vizinho ao cadastro de Serviço Militar, de onde podia ver o Clemenceau Teixeira.
O Clemenceau era o antigo colégio onde os alunos pareciam felizes por estudar.
Aquele prédio onde, havia muito tempo, tratavam as folhas do fumo, lá conheci a Nair.
Nair era jovem, linda, como era também lindo o seu jeito de falar. Amava o Fernando Mendes e Giz, da Legião Urbana.
Amiga das melhores histórias e que jovem se foi.
Na mesma rua havia a Delegacia de Polícia e o delegado Joanito e o cabo Bellini.
Joanito era amável e corajoso.
Disfarçado, em uma ocasião, conseguiu abater um bandido extremamente violento.
Mas era paciente.
De lá havia uma subida para a rua, que seria o alto do sossego, e descia a Rua da Casa Forte… onde morei e descobri os escorpiões…
Não, não sou amigo deles. Era lá que moravam as crianças Yana, Everaldo, Nil… e no número 16, a Nair.
Naquela rua havia ainda o rebuliço; uma pessoa querida havia perdido a vida. Afogado.
Triste começo.
Descendo a Rua da Casa Forte, havia a entrada para a rua do Minadouro, ou Minador, onde sempre morará em minhas memórias a Professora Dinalva.
Ela amava me presentear com mangas e mangas.
Eu amava Dona Dinalva e Dona Edite, a encarregada de me entregar.
As velhas e belas árvores embaladas pela ventania me encantavam tanto quanto me assustavam.
Como era uma rua sem saída, então costumava voltar e andar em nova direção pelas ruas 2 de Julho, onde morava o Bigu e o meu amigo Nereu.
Nereu morava no Rio, amava o Vasco e me explicava política… se tornou colega de trabalho.
Havia também um campo próximo à Rua 2 de Julho, e por isso chamavam-na também de Rua do Campo (e isso me enlouquecia; numeração repetida era sinônimo de confusão…)
A rua de cima era a Rua Elísio Medrado, tio da Dona Maria, da primeira rua em frente à praça, que me disse uma vez ser este uma pessoa muito bondosa.
Que ajudava os doentes.
Não sei se, por coincidência, esta rua levava ao município com o mesmo nome, mas antes, na metade do caminho, me permitia descer e visitar Pedra Branca, onde conheci a Almerinda.
Impossível não amar a Almerinda… sempre preocupada com os filhos.
Mas, desta vez, voltei da Rua e encontrei a Rua das Pedrinhas e, de lá de cima, vi a pequena ponte entre as ruas 2 de Julho, Pedrinhas e a Praça da Bandeira, vizinha à Duque de Caxias.
Resolvi não voltar pelo mesmo caminho; segui em frente e cheguei à rua Alto da Boa Vista.
De lá de cima, olhei a primeira rua.
O grande prédio da Igreja.
A minha praça favorita, onde fui vizinho por um tempo.
Fotografia por Jeitodever.
A Praça Ápio Medrado.
Fotografia por Jeitodever.
Vi a Rua José Batista, Castro Alves, Armando Messias…
Não havia muitas ruas.
Talvez o casarão em frente à agência onde trabalhei por dez anos ainda guarde as memórias de uma linda bailarina que um dia passou as férias naquela pequena cidade.
Ou a pequena agência da época guarde a tristeza de estar só, por tanto tempo.
Talvez pareça estranho lembrar tanta coisa depois de quase trinta longos anos…
Recordo a Moreninha, a prefeita eleita na ocasião, Clemente, o ex-prefeito da época, Dona Antonia, Dona Margarida, meu irmão Rubão e a estrada que levava a Castro Alves…
Onde os moradores revoltados um dia queimaram pneus em protesto pelas péssimas condições da pista…
Dia histórico!
Quando cheguei, a cidade era pequena e talvez não tenha crescido tanto.
Tive receios de voltar e encarar as memórias.
A cidade era pequena e grande para mim, que não conhecia muitas pessoas e que se apaixonou por todos de uma maneira bem especial, embora vivesse sozinho, longe da família e dos velhos amigos.
O vento soprava nas minhas madrugadas e, por muitos anos, foi o som das minhas noites.
Me traziam versos que não pude compartilhar e que destruí quando chegou a hora de partir.
E parti.
E a imagem daquela pequena cidade ainda permanece gravada, como uma fotografia, em minha mente.
Impossível não recordar a Ene se preocupando em ajudar as pessoas, o amor entre as famílias com quem pude trabalhar, a Ellis que amava a Argentina, o incrível Doutor Marcos…
Impossível esquecer o céu e a lua, nascendo brilhantes no horizonte, entre os montes, fazendo companhia a mim e aos meus livros e ao violão, naquela mesma velha praça. Cheia de árvores.
Fotografia por Jeitodever
Há muitos ainda na memória, se transformando em palavras, na minha saudade…
Muitos ainda habitam as minhas memórias e sonhos.
As recordações me arrebatam aos meus vinte e três anos, quando a cidade apenas começava a despertar.
Onde a lua, as ruas escuras e a solidão de minha pequena casa me ensinavam o duro processo de crescer.
E meus passos se apagaram, como os passos daqueles que caminharam na velha praça antes de mim.
Talvez, no futuro, com cabelos ainda mais grisalhos, eu volte e trabalhe apenas mais um dia na terra em que comecei… faça as pazes comigo mesmo e abrace pela última vez, para sempre, o meu pequeno lar.
A cidade de Santa Terezinha.
“Mas, as coisas findas, Muito mais que lindas, estas ficarão”
– Carlos Drummond de Andrade
A cidade estava agitada com a chegada das novas eleições.
O cenário era de Copa do Mundo, ruas enfeitadas com santinhos e cartazes daqueles rostinhos que nem Photoshop e nem promessas de campanha conseguiriam harmonizar.
Mas, dessa vez, havia um probleminha: eram dois candidatos muito queridos pela população e, o pior, eram honestos e conseguiram grandes avanços na educação, saúde e empregos.
A população comemorava, mas estava angustiada por causa das dúvidas.
E agora: os dois candidatos à reeleição são exatamente idênticos, conseguiram os mesmos números, não perseguiram adversários políticos e dividem exatamente a mesma quantidade de votos válidos. Não é empate técnico, é exatamente um empate!
Os jornais da cidade não sabiam a quem difamar, isto é, favorecer — não me entendam mal.
Ambos candidatos eram idôneos, e qualquer calúnia significaria o fim do jornal, pois a população consciente não mais consumiria quem propagasse notícias falsas.
O locutor da cidade estava confuso… nunca em sua história estivera impedido de caluniar… isto é, inventar novos fatos.
As praças públicas em dias de comícios pareciam encontros de amigos, pois mesmo que discordassem quanto à opção, todos tinham esse direito!
As canções irritantes de outros períodos eleitorais, de cantores que desperdiçavam seus talentos em canções que irritavam adversários, foram substituídas por versos de campanha.
Pareciam mais promessas religiosas…
E nesta cidade, os candidatos passeavam em praças públicas, não como deuses hipócritas, mas como humanos capazes de enxergar as dificuldades das pessoas.
E agora, quem seria o eleito? Quem venceria a eleição? Não importava quem seria o eleito, a cidade ganharia.
E assim se deu.
No dia da eleição, o morador mais velho da cidade faleceu e, com ele, o voto do empate.
E em sua homenagem, o novo prefeito, o escolhido, inaugurou uma nova praça: Honesto dos Santos. E as pessoas de outras cidades caminham por ela, distraídas… sem entender o porquê da história.
Ah! aqui no hemisfério sul bate aquele friozinho gostoso, propiciando boas noites de sono, lógico, àqueles que tem um abrigo para dormir.
No Brasil , de acordo com a tv senado, 261 mil pessoas viviam em situação de rua em 2023.
Só por curiosidade, nos Estados Unidos 650 mil vivem nessas condições. É um problema global, não dá pra ser indiferente!
É um triste começo para um texto, mas o mês de Julho me lembra que é inverno por estas bandas e não sei se é verdade, cantaram uma vez que o “inverno no Leblon é quase glacial“…
Mas, lá do outro lado “é verão, bom sinal, já tempo… ” é tempo de falar do mês “xullo”.
Perdão, é assim que se fala “Julho” em galego, uma língua bem próxima do português.
Em Turco, Temmuz, em esperanto, julio e em nossa língua esse mês é chamado de fumi zuki (文月), caso o leitor seja japonês, é assim que escrevia no antigo calendário.
Julho é um mês cheio de curiosidades e datas comemorativas interessantes. Aqui estão algumas delas:
Datas Comemorativas
1 de Julho: Dia Mundial da Arquitetura e Dia da Vacina BCG.
2 de Julho: Dia do Hospital, Dia do Bombeiro Brasileiro e Dia da Independência da Bahia.
7 de Julho: Dia Internacional do Chocolate.
13 de Julho: Dia Mundial do Rock. ( Você não precisa deste dia para ouvir um bom rock and roll)
20 de Julho: Dia Internacional da Amizade e aniversário da chegada do homem à Lua em 1969.
Julho foi nomeado em homenagem a Júlio César, o famoso líder romano, que nasceu nesse mês.
Eventos Históricos e curiosidades
Pois é, quando os astronautas chegaram à lua, que coincidência,, eu também tava lá…
Em 20 de julho de 1969, a missão Apollo 11 pousou na Lua, marcando um dos maiores feitos da humanidade.
Julho de 2018 teve o eclipse lunar mais longo do século. ( E eu não vi…eu me odeio!)
É um mês popular para campanhas de saúde e conscientização, como o Julho Amarelo, focado na prevenção das hepatites virais4.
História
Julho, o sétimo mês do calendário gregoriano, possui 31 dias e recebeu o nome em homenagem ao cônsul e ditador romano Júlio César (100-44 a.C.). Antes chamado de Quintilis em latim, o que reflete sua posição original como o quinto mês no antigo calendário romano que começava em março, este mês também comemora o aniversário de César.
Julho geralmente marca o auge do verão no hemisfério norte, sendo o mês mais quente, e contrasta com o hemisfério sul, onde é o mês mais frio e corresponde ao meio do inverno.
Além disso, julho inicia a segunda metade do ano.
No hemisfério sul, a estação de julho é o paralelo sazonal ao janeiro do hemisfério norte.
E na tradição da Igreja Católica, julho é o mês dedicado à veneração do Preciosíssimo Sangue de Cristo.
Memórias
1 de julho de 1994 – O real torna-se a moeda oficial do Brasil
2 de julho de 1823 – Independência da Bahia – dia do bombeiro militar
4 de julho de 1776 – Independência dos Estados Unidos da Grã-Bretanha
5 de julho de 1687 – publicação do livro Philosophiae Naturalis Principia Mathematica de Isaac Newton
9 de julho de 1932 – início da Revolução Constitucionalista de 1932 no Brasil
10 de julho – Dia da pizza ( E tudo sempre acaba nela...)
15 de julho – Dia do homem.
13 de julho – Dia Internacional do Rock
14 de julho de 1789 – Dia nacional da França (é comemorado o início da Revolução Francesa)
17 de julho de 2007 – Airbus A320, conduzindo o voo 3054 da TAM, bate no galpão da TAM Express, matando 199 pessoas
20 de julho de 1969 – A missão Apollo 11 pousa na Lua; Neil Armstrong e Edwin Aldrin tornam-se os primeiros humanos a caminhar na superfície do satélite.
E assim como todos os outros dias e meses, são todos especiais. Não espere o mês de Julho para ver e abraçar seus amigos.
Cultive verdadeiras amizades e acima de tudo, seja um amigo de verdade!
Aquele pobre menino tinha um sonho, apesar da tristeza de crescer naquele lugar.
Longe do frio de sua casa, encontrava paz naquele refúgio distante dos sons da cidade e dos gritos de sua família.
Era o seu paraíso…
De fato, era um lugar encantador.
A grande casa amarela, rodeada de árvores refletidas no lago, era uma imagem para se guardar na memória e nunca mais esquecer.
Dizia-se que o encanto daquele lugar trazia paz às mentes conturbadas que visitavam aquele ambiente paradisíaco. Pessoas de todos os cantos traziam suas dores, medos e preconceitos, e sentavam-se à beira do lago…
Mas o verdadeiro encanto se revelava ao deslizar sobre aquelas águas. As memórias se dissipavam e as pessoas se renovavam ao partir dali…
Quem descobrisse o poder daqueles pedalinhos se tornaria rei…
Em Argoim, no município de Rafael Jambeiro, Bahia, um quadro na sala de uma senhora gentil se destacava entre as recordações. Nele, fotos de pessoas desaparecidas durante o regime militar brasileiro, que durou de 1964 a 1985, evocavam memórias dolorosas.
Naqueles anos, desaparecer tornou-se o destino daqueles que desafiavam o status quo ou mesmo daqueles que ousavam pensar.
Com um dedo trêmulo, ela apontou para uma das imagens e disse: “Esta é minha filha!”
O orgulho em sua voz logo deu lugar às lágrimas:
“Ela foi torturada e morta pelo governo da época, segundo dizem. Foi para o Rio, formou-se em Enfermagem, mas era contra a ditadura…”
O silêncio tomou conta do ambiente, quebrado apenas quando ela, com lágrimas, conseguiu dizer: “Ela era uma pessoa boa. Hoje, não sei se está viva ou se já morreu, mas, meu Deus, eu queria poder enterrar minha filha. Acabar com essa dor que parece não ter fim.”
– “A sentimento de dor por encerrar um ciclo não é tão angustiante quanto viver na incerteza”
Lidar com o desaparecimento de um parente é uma das experiências mais angustiantes que alguém pode enfrentar.
Exemplos e Experiências
Em todo o mundo, famílias lidam com essa dor. Por exemplo, após o desaparecimento de uma criança em uma pequena cidade, a comunidade se uniu em busca e apoio. Anos depois, mesmo sem respostas, eles mantêm a esperança acesa através de vigílias anuais e campanhas de conscientização.
Outro caso é de um jovem que desapareceu durante uma viagem. Sua família, determinada a encontrá-lo, criou uma rede de comunicação que se estendeu por vários países, utilizando as redes sociais para compartilhar informações e manter sua história viva.
Lidando com a ausência
Enfrentando a Ausência:
Quando um ente querido desaparece sem deixar vestígios, independentemente das circunstâncias, parece que o mundo inteiro se detém, e viver sem respostas torna-se uma experiência angustiante.
Lidar com essa realidade é um processo contínuo, um caminho que cada pessoa percorre de maneira única.
A vida após o desaparecimento de um parente é marcada pela resiliência.
Lidando com a situação
Algumas sugestões de como lidar com a incerteza:
Aceitação: Reconhecer que se está passando por uma situação atípica e aceitar que sentimentos intensos são uma reação natural pode ser o primeiro passo para aprender a lidar com a incerteza. Apoio: Procurar apoio em amigos, familiares e grupos de suporte pode oferecer conforto e entendimento. Compartilhar experiências com pessoas que enfrentam situações similares pode ser benéfico e terapêutico. Rituais: Estabelecer rituais ou envolver-se em eventos comunitários pode ser uma forma de manter viva a memória de um ente querido e proporcionar oportunidades para a cura. Ativismo: Muitos encontram sentido no ativismo, esforçando-se para aprimorar leis e sistemas de busca, além de auxiliar outras famílias em circunstâncias parecidas.
Quando pais e familiares buscam compreender o destino dos desaparecidos durante o regime militar, eles também procuram por cura e encerramento.
A negação dessas informações perpetua os efeitos danosos da ditadura e reacende em alguns a falsa noção de que existia ordem, paz e democracia naquela era.
Cuidado Pessoal: Cuidar da saúde mental e física é fundamental. Terapias, atividades físicas e passatempos podem proporcionar alívio e servir como um meio para direcionar energia e estresse..
Esperança e dor andam juntas, contudo, a capacidade humana de superar adversidades é impressionante. Com apoio recíproco e em busca de um propósito, pode-se descobrir um raio de luz até nos tempos mais escuros.
Infelizmente, alguns casos de desaparecimento podem permanecer sem solução. Contudo, é crucial reconhecer os erros de um governo corrupto e antidemocrático, permitindo que as famílias exerçam seu direito ao luto e assegurando que atos de tortura e assassinato não se repitam sob a égide de uma democracia ilusória.
Diferente de muitos países, o Brasil não puniu os torturadores e assassinos do período, pois a anistia ampla, concedida pelo mesmo regime militar, perdoou tanto os perseguidos quanto os perseguidores. Essa lacuna nunca será preenchida!