A cidade era fria
no caminho cansava,
chovia
a neblina cegava
Mas mesmo assim,
eu te via
A chuva gelava
O tempo apertava
a distância,
cegava…
Mesmo assim, te via
Te via
de riso solto, aberto
no mesmo portão
de braços abertos
e olhos fechados,
como numa oração
Te via sorrindo
na mesma distância,
que lindo!
na mesma esperança
na mesma ilusão
De que o tempo,
não bastaria
que algo cresceria,
duraria
viveria
por mais um verão
Mas, era inverno
em teu coração
e de modo terno…
Dizias: Não…
Aos sonhos…
às estradas…
a ilusão.
E nas noites de estrelas
sem palavras,
sem trelas
passei com elas
aquela estação…
Em que tu,
te afastavas
como o horizonte,
cada vez mais distante
e em nenhum instante,
imaginei que acabavas…
E na cidade fria
que no caminho
a chover
meu coração apertava
ao lembrar da distância, que eu vencia
para poder te ver
E de longe as belas serras
Imagino um portão…
sem palavras e sem estrelas
sem braços abertos
que não mais me esperam,
apenas mais uma estação
Que ainda me conta sorrindo
e a saudade não faz doer
frios,
estradas,
caminhos…
eram lindos…
Para poder te ver.
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