Fama a qualquer custo – Vale a pena?

A Fama. Algumas pessoas ganham notoriedade por feitos ou qualidades interessantes, merecidos.

Imagem de Pexels por Pixabay

O Declínio do Talento na Era da Fama Instantânea

É natural o desejo de ser reconhecido pelo próprio trabalho.

Gostamos quando alguém se aproxima e nos lembra ou agradece por algo de bom que fizemos.

Algumas pessoas ganham notoriedade por feitos ou qualidades interessantes. Por exemplo:

Na ocasião do acidente aéreo que vitimou o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quatrocci, a vendedora Leiliane Rafael da Silva ficou famosa por ajudar a resgatar o motorista do caminhão envolvido no acidente.

Num ato de altruísmo espontâneo e de coragem, ela estourou o vidro e abriu a porta de um caminhão, para salvar a vítima.

Um fato interessante naquele dia trágico é que a maioria das pessoas estava preocupada em gravar o desastre com seus celulares, totalmente alheia à tragédia e ao sofrimento das pessoas. – Dez casos de pessoas comuns que tiveram atitudes heroicas – Listas – BOL (uol.com.br)

Muitos são os casos de anônimos que ficaram momentaneamente famosos por atos altruístas.

Outras pessoas são famosas pelo talento.

Alguns artistas ficam famosos por belas músicas, outros por se destacarem no mundo da dramaturgia  etc.

Em nossos dias, as pessoas buscam fama das mais variadas maneiras. Umas não tão nobres…

Por exemplo, muitos ganham notoriedade por serem criadores de polêmica e sabem tirar proveito disso.

São pessoas que saem do obscurantismo para os holofotes divulgando fake news, fofocas e assuntos que apenas saciam a sede daqueles talvez, que no íntimo, querem ter a percepção de que os famosos também têm problemas e que o mundo não é ruim apenas para si próprio.

Muitos polemistas após se tornam comunicadores respeitados pelo povo, se candidatam a cargos políticos, são eleitos e como são vasos vazios sem nenhum conteúdo aproveitável ou propostas que visem sanar os problemas que os elegeram, se mantêm na mesma rotina de criar polêmicas, divulgar fake news e agir como se estivessem lá apenas para apontar os problemas.

Com isso, conservam a visibilidade nos meios de comunicação para um eleitorado ignorante de seus direitos e que se sacia com a suposta bravura do seu candidato, criador de vídeos engraçadinhos e polêmicas.

Outros tentam aparecer, apenas por aparecer…

Você conhece os chamados “Papagaios de pirata”?

Esse termo é usado para definir aqueles que fazem de tudo para aparecer nas reportagens de telejornais. – ‘Papagaios de pirata’ fazem de tudo para aparecer nas reportagens de telejornais | Rio de Janeiro | O Dia (ig.com.br)

Algumas pessoas fazem acordos com amigos da área de telejornalismo para sempre aparecerem nas mais variadas circunstâncias, como pessoas que estavam, por acaso, no local, opinando sobre tudo que sabem ou que deveriam saber.

Outras pessoas se tornaram famosas por serem as primeiras a aparecer em situações, para dizer, no mínimo, estranhas, como vídeos em banheiras cheias de chocolate, macarrão instantâneo ou coisas parecidas.

Tais ideias inovadoras rendem muito dinheiro a alguns deles, que foram pioneiros nessa área.

É possível, mas desnecessário, citar milhares de exemplos dos meios atuais para se alcançar e continuar com um pouco de notoriedade.

Dancinhas do Tik Tok, escândalos e assim por diante.

Sites anunciam artistas em novos romances, outros em situações sensuais supostamente inesperadas e em manchetes que parecem forjadas para manter certas personalidades em evidência.

Andy Warhol predisse que no futuro todos teriam quinze minutos de fama.

O fútil ganhou notoriedade

Numa sociedade inconsistente, frágil como é a atual, o fútil ganha grande importância. Pessoas que sensualizam em pequenos quadros são tidas como famosas, canções que se assemelham a cópias descaradas umas das outras em vozes extremamente parecidas são divulgadas à exaustão nos meios de comunicação, com incentivos milionários de empresários, como sendo “a verdadeira música de qualidade momento” ao passo que baixarias, violências e escândalos são tidos como retratos do mundo real.

As pessoas são moldadas na mesma forma cultural, consomem a mesma energia e vivem a mesma Matrix. Não são ensinadas a buscar novas artes, novas experiências, em vez disso, aprendem a desprezar e a descartar o que já foi produzido de bom.

Muitos “formadores de opinião” vendem essa ideia.

Aparentemente as portas se fecharam ao direito de se buscar a própria identidade!

Pobre Matrix!

Em que se valoriza cada vez menos o talento e as realizações!

Gilson Cruz

Leia mais em Superexposição e direito à privacidade – Jeito de ver.

Comentário (2)

  • Gilmar Chaves| 25 de fevereiro de 2024

    Como visto, lido e apreciado, é notável toda a realidade transcrita no texto acima. É de uma visão real do que se vê nas mídias. Muitos crescem com a futilidade e muitos fúteis, aplaudem sem nem sequer saber porquê estão aplaudindo, querendo viver apenas de momentos vazios que de nada vai somar ao seu intelecto.

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